TAESA- Resultado do 1º trimestre de 2017
Sem maiores surpresas
Na 6ª feira, 05.05, a Taesa divulgou seu resultado do 1º trimestre do ano sem surpresas nos números. Na contabilidade regulatória, a receita líquida foi de R$ 439 milhões, um crescimento de 7,8% a/a, em função
(i) do reajuste anual das RAPs pela inflação e
(ii) de reforços de linhas de transmissão que entraram em operação, parcialmente impactados pela queda de 50% na RAP da concessão ETEO.
As despesas totais de operação e manutenção foram R$ 44,3 milhões, 11,6% maiores que no 1T16, em função do reajuste salarial que aumentou as despesas com pessoal em 8,8%, e do custo de manutenção com duas concessões, TSN e Novatrans, que majoraram em 19,2% a/a as despesas com serviços de terceiros, visto que no ano passado essa manutenção ocorreu em outro trimestre.
Vieram melhores,
(i) o resultado de equivalência patrimonial em R$ 56,9 milhões, contra R$ 41,8 milhões em 1T16 (+35,7 a/a), e
(ii) o resultado financeiro líquido negativo de R$ 70,9 milhões, 47% inferior ao 1T16, como resultado de maior receita financeira derivada de maior posição de caixa no período e impacto positivo de variações nos indexadores de dívida e no câmbio.
O lucro líquido regulatório atingiu R$ 259,7 milhões, 38,9% superior ao 1T16. O EBITDA consolidado veio em R$ 394,8 milhões (+7,4% a/a) com margem de 89,9%, contra margem EBITDA de 90,3% apurada no 1T16, refletindo o aumento de custos e despesas.
Endividamento.
A Taesa mantém uma alavancagem confortável, permitindo a captação de financiamento para os projetos conquistados nos últimos leilões, sem comprometer seus covenants financeiros.
A companhia encerrou o 1T17 com dívida líquida consolidada de R$ 2.686 milhões, equivalente a 1,7x o EBITDA consolidado dos últimos 12 meses.
Passos para o crescimento.
A Taesa venceu o maior lote ofertado no último leilão de transmissão, através de um consórcio constituído em conjunto com a Cteep. Considerando a participação de 50% da Taesa, este novo projeto adicionará R$ 133,7 milhões a sua RAP total contratada e responderá por investimentos de R$ 850 milhões conforme estimativas da companhia, valor aproximadamente 12% abaixo do orçado pela Aneel.
De acordo com a análise de sensibilidade do VPL por ação, apresentada em nosso relatório “Research Note 2017 04 26 - Leilão de Transmissão”, esse nível de redução sobre o capex da Aneel trará a contribuição de valor do projeto para aproximadamente R$ 0,20 por unit, ou 0,9% do preço do último fechamento.
Esse projeto, somado aos outros cinco conquistados em leilões no ano passado, assim como às perspectivas de aquisições de ativos já operacionais constituem o caminho da companhia para o crescimento.
Dividendos.
A Taesa pagará R$ 174 milhões em dividendos no dia 12 de maio, totalizando o montante de R$ 783,6 milhões distribuídos como dividendos e JCP referentes ao resultado de 2016.
Impacto nas units.
Mantemos nossa recomendação Market Perform para a companhia, com visão positiva frente ao cenário de incerteza macroeconômica e ao ciclo de afrouxamento monetário no Brasil, e enfatizamos que ainda não foram considerados em nosso preço-alvo o projeto referente ao lote contratado no leilão #05/2016 e os resultados do 1T17.
Potencial upside reside na estratégia de crescimento de longo prazo da companhia, principalmente via aquisições. Conforme mencionado em nosso relatório “Transmissoras - Início de Cobertura”, a oportunidade mais evidente no momento refere-se aos ativos operacionais da Abengoa. Os riscos de downside estão relacionados ao
(i) desenvolvimento dos novos projetos, que podem ter atrasos e sobrecustos, e
(ii) ao processo de incorporação de novos ativos operacionais adquiridos.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do desempenho da TAESA no 1º trimestre/2017 elaborado por VIVIANE SILVA, CNPI, Analista, e RAFAEL DIAS, CNPI Analista Sênior, ambos do BB Investimentos