Chefes de Estado estão em Pequim para cúpula sobre infraestrutura
Chefes de Estado e de Governo já estão em Pequim para participar do Fórum do Cinturão e da Rota para a Cooperação Internacional (Belt and Road Forum for International Cooperation, em inglês) que visa a aumentar o investimento em projetos de infraestrutura em países da Ásia, da Europa e da África.
O evento, que tem início neste domingo, 14.04, e deve contar com a presença de quase 30 líderes mundiais, é o mais importante desde que a iniciativa Um Cinturão, Uma Rota (One Belt, One Road) foi lançada em 2013 pelo presidente chinês, Xi Jinping.
Os líderes começaram a chegar à capital chinesa na 5ª feira, 11.05, para participar do fórum e fazer visitas de Estado. Os primeiros-ministros da Espanha, Mariano Rajoy, e da Grécia, Alexis Tsipras, e o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, são alguns dos chefes de Estado e de Governo que já estão em Pequim.
Os presidentes da Argentina, Mauricio Macri, e do Chile, Michelle Bachelet, são os únicos líderes da América Latina que vão participar do evento.
A ideia da iniciativa chinesa é promover uma rede de infraestrutura, comércio e cooperação econômica ao longo dos mais de 60 países que compõem o que Pequim pretende estabelecer como uma Nova Rota da Seda, revivendo no século 21 as rotas milenares que conectavam o Ocidente e o Oriente.
O governo tem enfatizado que a iniciativa não foi proposta para beneficiar apenas a China. Nos documentos e declarações, as autoridades têm ressaltado que o objetivo é promover desenvolvimento mútuo e compartilhado com os países que quiserem participar dessa nova articulação internacional.
“A iniciativa Um Cinturão, Uma Rota é aberta e inclusiva. Damos as boas-vindas para que todas as partes [do mundo] participem”, disse em 12.05, em entrevista coletiva, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Geng Shuang, após ser perguntado sobre a participação da delegação norte-americana no fórum.
Nova Rota da Seda
A iniciativa é composta pelo Cinturão Econômico da Rota da Seda, que busca ligar a China por meio de ferrovias e rodovias aos países da Ásia, da Europa e da África, e pela Rota da Seda Marítima do Século 21, cujo foco são os investimentos em modernização de portos nas regiões abrangidas pela proposta chinesa.
Para apoiar as obras de transporte, energia e telecomunicações, foi estabelecido em 2014 o Fundo da Rota da Seda, com US$ 40 bilhões de recursos. Além do fundo, em 2015, a China criou o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura que, segundo o governo, já aprovou financiamento para projetos no valor de US$ 1,7 bilhão.
Temer Ausente
As discussões da reunião de alto nível deverão se concentrar nas áreas de obras em infraestrutura, investimento industrial, cooperação econômica, comercial, financeira e marítima, recursos energéticos, intercâmbio cultural e meio ambiente. A expectativa do governo chinês é que sejam firmados cerca de 50 acordo de cooperação.
Além de líderes mundiais, são esperados o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, e a diretora-gerente do FMI Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde.
O embaixador do Brasil na China, Marcos Caramuru, e o secretário especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Hussein Ali Kalout, vão representar o Brasil no fórum internacional.
As discussões da reunião de alto nível deverão se concentrar nas áreas de obras em infraestrutura, investimento industrial, cooperação econômica, comercial, financeira e marítima, recursos energéticos, intercâmbio cultural e meio ambiente. A expectativa do governo chinês é que sejam firmados cerca de 50 acordo de cooperação.
Ao completar um ano de governo, Temer tem priorizado até agora a política interna em prol da aprovação de reformas que considera importantes para o país. A partir do mês que junho, o presidente pretende intensificar o ritmo de viagens internacionais. O próximo compromisso confirmado será o encontro do G20 (grupo das 20 maiores economias do planeta), nos dias 7 e 8 de julho, na Alemanha. Antes disso, há viagens previstas para a Noruega e a Rússia, em junho. Em setembro, Temer irá à China para um encontro do Brics, bloco econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.