Os líderes do G7, grupo formado pelas sete maiores economias do planeta, não chegaram a um consenso nesta 6ª feira, 26.05, sobre a luta contra as mudanças climáticas e o Acordo de Paris porque os EUA estão revendo sua posição sobre a matéria e não tomarão uma decisão antes de algumas semanas, disse o primeiro-ministro italiano Paolo Gentiloni.
"Há uma questão que permanece suspensa sobre o clima porque o governo americano tem uma reflexão interna em curso sobre o Acordo de Paris [firmado em 2015]",
disse Gentiloni à imprensa durante a cúpula do G7, que está sendo realizada na 6ª e sábado, 27.05 na cidade siciliana de Taormina.
O primeiro-ministro italiano, anfitrião da reunião, disse que os outros países "acompanham" o processo. Gentiloni acrescentou que os parceiros dos EUA neste fórum confirmaram o "compromisso e a determinação" de cumprir com o Acordo de Paris e acreditam que, uma vez que os EUA resolvam suas questões internas, o país vai querer participar.
"Os EUA confirmaram que têm em andamento uma reflexão sobre a qual tomarão suas decisões nos próximos dias ou semanas. Esperamos que sejam positivas",
disse o premiê italiano.
Fontes da Presidência francesa afirmaram que a discussão sobre esse tema foi "franca e direta" e permitiu aos demais países à mesa dar argumentos aos EUA sobre a importância de ratificar o acordo e também de manter os compromissos adquiridos e o nível de ambição.
"É preciso levar em conta as posições, mas todos queremos um comunicado ambicioso",
disseram.
Evoluindo
De acordo com um assessor de Trump, a postura do presidente americano sobre o Acordo de Paris está "evoluindo" e nesta 6ª feira ele quis deixar claro perante os parceiros do G7 que a proteção do meio ambiente é "muito importante".
Trump ouviu atentamente os argumentos de seus colegas, disse à imprensa o principal assessor econômico da Casa Branca, Gary Cohn. Segundo Cohn, o presidente
"está pensando sobre quais as opções. Agora, ele está muito mais bem informado sobre o tema, graças às conversas de hoje, e sua postura sobre o Acordo de Paris está evoluindo",
disse o assessor.
O presidente "veio aqui para aprender", afirmou Cohn, enquanto o principal assessor de Segurança Nacional de Trump, o tenente-general H.R. McMaster, disse que o presidente tomará a decisão sobre o Acordo de Paris que considerar "melhor" para o povo americano.
Trump criticou o Acordo de Paris durante sua campanha eleitoral e, já na Casa Branca, iniciou um processo para revisar se os EUA devem continuar fazendo parte do pacto climático.
Segundo o governo americano, Trump queria escutar os parceiros do G7 antes de tomar uma decisão a respeito, algo que prevê fazer logo depois de seu retorno a Washington.