Diário do Mercado na 2ª feira, 26.06.2017
Mesmo sem definição política interna e com exterior patinando, mercado antecipou reão, mas, sem volume
Resumo.
Tudo prosseguiu girando ao redor da questão política interna. A percepção de parte do mercado é que o imbróglio ainda não estará resolvido no curto prazo, mas, um desfecho poderá estar encaminhado ainda esta semana.
Teoricamente, a expectativa dos agentes é que até a 3ª feira, 27.06, a PGR deverá efetivar uma primeira denúncia no caso da delação da JBS – especula-se que existirão outras.
Todavia, mesmo sem saber o teor do documento e sem nenhuma base fundamentada, alguns investidores resolveram antecipar o movimento e seguir apostando em recuperação do mercado acionário doméstico, levando a um dia de reação ante as recentes baixas da semana passada, mas, com fraco volume financeiro.
Externamente, a baixa popularidade do presidente dos EUA, Donald Trump, leva a crer que não será fácil implementar a agenda de propostas que seu governo sugere, a começar pela reforma tributária.
Ibovespa.
O índice já abriu ascendente e assim operou ao longo de todo o pregão, com os ganhos se acentuando gradativamente após às 14h30min. Apesar da boa reação à baixa da semana anterior, o volume não deu consistência ao movimento. O setor de bancos, que havia sofrido revés recentemente, capitaneou o ganho no dia, que também foi favorecido pelas altas das ações da Petrobras e da Vale, apoiadas nas elevações do preços do petróelo e do minério de ferro, respectivamente.
O índice fechou aos 62.188 pts (+1,80%), acumulando -0,83% no mês, +3,26% no ano e +24,12% em 12 meses. O aquém do desejável dado preliminar do giro da Bovespa foi de R$ 5,780 bilhões, sendo R$ 5,546 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa - No último dado disponível, o capital estrangeiro mostrou ingresso líquido de R$ 195,557 milhões no dia 22, com saldo negativo no mês agora em R$ 1,510 bilhões. O saldo positivo acumulado em 2017 está em R$ 4,148 bilhões.
Agenda Econômica.
O ICC Índice de Confiança do Consumidor da FGV Fundação Getúlio Vargas recuou para 82,3 pontos em junho, ante 84,2 em maio. A instituição citou que o resultado foi influenciado pela "piora da confiança que pode ser reflexo do aumento da incerteza política após 17 de maio".
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) principiou descendente, navegando em campo negativo ao longo de todo o dia, com trajetória inversa ao do índice acionário doméstico, apoiado na redução de incertezas.
A moeda fechou cotada a R$ 3,301 (-1,17%), acumulando +2,17% no mês, +1,51% no ano e -2,28% em 12 meses. O CDS brasileiro de 5 anos situava-se em 237 pts, ante 241 pts do pregão anterior.
Juros.
Em dia de humor doméstico melhor, mas, com o mercado morno, as taxas de juros futuros (DIs) tiveram pequenas baixas, compelindo para baixo como um todo a curva da estrutura a termo da taxa de juros.
Eventos da semana.
No Brasil são esperados dados do setor externo, dados do setor de crédito, IGP-M, TJLP, taxa de desemprego e resultados primário e nominal. Nos EUA, PIB, consumo pessoal, PCE (núcleo), índice de gerentes de compra de Chicago e índice de confiança do consumidor da Univ. Michigan. Na Europa, taxas de inflação. Na China, PMI manufatura e PMI não manufatura.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 26.062017, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e JOSÉ ROBERTO DOS ANJOS, CNPI-P, ambos do BB Investimentos.