Diário do Mercado na 5ª feira, 29.06.2017
Em dia repleto de notícias econômicas, bolsa oscila próximo à estabilidade
Resumo. Um misto de notícias favoráveis, na parte da manhã e desfavoráveis, à tarde, levou o mercado a apresentar movimentos contraditórios: bolsa fechou com leve alta, porém permanecendo boa parte do pregão no vermelho, enquanto isso, o dólar posicionou-se durante toda a sessão no campo altista.
As notícias positivas vieram cedo com o resultado da votação da reforma trabalhista na CCJ do Senado, aprovada por 16 votos a 9 na noite de ontem e ainda antes do almoço, o CMIN Conselho Monetário Nacional conforme previa o mercado, estabeleceu a meta de inflação para 2019 em 4,25%, e para 2020 em 4%, com margem de variação de 1,5% em ambos os períodos.
A decisão de divulgar a meta para 2020, pois que estava previsto divulgação somente a meta de 2019, também foi, com certa surpresa, bem recebida pelo mercado. Por fim, a tarde, foi divulgado déficit do Governo Central acima do projetado pelo mercado (ver agenda abaixo).
Ibovespa.
A bolsa respondeu pari passu ao noticiário econômico, cruzando várias vezes o fechamento de ontem, A leve alta verifica na hora final é fruto da explicação do Governo que parte do déficit deve-se ao pagamento antecipado de precatórios.
O Ibovespa fechou aos 62.238 pts (+0,36%), acumulando -0,75% no mês, +3,34% no ano e +22,03% em 12 meses. Em termos de relevância, o Itaú foi a ação que, ponderada pela participação no índice, mais contribuiu (0,11%) para o fechamento no azul.
Ao todo, 34 papéis tiveram resultado positivo (28 acima do Ibov) e 24 papéis apresentaram desempenho negativo. O giro da Bovespa foi 5% superior a ontem, totalizando R$ 6,120 bilhões, sendo R$ 5,985 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
O fluxo estrangeiro na bolsa acumulou até o dia 27 saída de R$ 1,46 bilhões e no ano entrada de R$ 4,19 bilhões.
Agenda Econômica.
O principal evento da agenda foi a divulgação do déficit do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) em montante superior ao estimado pelas pesquisas de mercado, que estavam em torno de 20 bilhões, enquanto o valor reportado foi de R$ 29,371 bilhões em maio.
A posteriori verificou-se que a estimativa do mercado não estava tão distante do reportado, uma vez que R$ 10 bilhões foram consumidos com o pagamento antecipado de precatórios, realizados geralmente entre em novembro e dezembro.
Outro fato favorável foi a divulgação do IGP-M de junho mostrando deflação de 0,67%, maior que a esperada de 0,65%
Câmbio e CDS.
Apesar de ter se valorizado ante várias moedas de países emergentes e produtores de commodities (o minério de ferro e o petróleo tiveram novo dia de valorização), o dólar mostrou fraqueza em relação a outras divisas fortes, que aguardam as decisões vindouras do BCE (Banco Central Europeu) e do BoE (Banco Inglaterra) no que tange ao aperto monetário.
O dólar fechou cotada a R$ 3,304 (+0,56%), acumulando +2,10% no mês, +1,51% no ano e +2,10% em 12 meses.
Risco País - O CDS brasileiro de 5 anos fechou em 242 pts, ante 239 pts do dia anterior, tal alta foi concentrada na sessão da tarde após Governo Central divulgar o déficit em suas contas.
Juros.
A curva de juros elevou-se sem vigor em todos os vencimentos. No início do dia, verificou-se queda em todos os prazos por conta da aprovação da reforma trabalhista na CCJ, porém a pressão do dólar e a alta nos Treasuries norte-americanos fez com que o movimento se invertesse levando à alta, mais expressiva no vencimento médio (jan/2021).
Eventos da semana
- No Brasil, são esperados para amanhã: taxa de desemprego e resultados primário e nominal.
- Nos EUA, índice de gerentes de compra de Chicago e índice de confiança do consumidor da Univ. Michigan.
- Na China, PMI manufatura e PMI não manufatura, originalmente agendados para hoje.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 29.06.2017, elaborado por JOSÉ ROBERTO DOS ANJOS, CNPI-P, Analista Sênior, e WESLEY BERNABÉ, CNPI, Gerente de Pesquisa, ambos do BB Investimentos