Renda Fixa - Mercado Secundário de Debêntures - Análise em 28/06/2017
Indefinição de tendência sugere cautela em novas operações
Sinais mistos, advindos do comportamento das curvas de juros, tendem a dificultar a interpretação das opiniões do mercado e, especialmente, a prejudicar a avaliação da sua influência sobre os ativos de renda fixa.
Em uma primeira análise, torna-se cada vez mais clara a tendência geral de queda dos juros domésticos, abrindo possibilidades de ganhos em preço dos ativos.
Por outro lado, nota-se também um crescimento da aversão ao risco, medido pela crescente inclinação positiva da curva DI e pelo próprio CDS brasileiro, que carregam consigo a possibilidade de depreciação dos mesmos ativos.
Neste contexto, a análise das debêntures monitoradas revela um reiterado movimento de cautela, que alterna baixas e altas em curtos movimentos e dentro de uma faixa de amplitude historicamente estreita, em resposta aos sinais mistos das curvas de juros.
Particularmente o gráfico circular desta semana (vide anexo) ilustra uma clara oscilação dos preços das 50 séries, em torno de um ganho nulo, com poucas discrepâncias – que, ainda assim, se anulam mutuamente, resultando em uma variação conjunta efetiva igual a zero (25 séries em alta média de 0,3% contra 15 papéis em queda de -0,4%, além de 10 ativos praticamente sem variação).
Refinando a análise, os padrões gráficos reforçam este entendimento, apontando oscilações de preço dentro das médias e de configurações típicas de cautela – em relação ao estudo anterior, AGRU12 se confirma em alta, como uma significativa exceção, enquanto RDVT11 se valorizou, mas se manteve dentro de um canal de baixa, em tendência secundária de queda; finalmente, CART22 e ODTR11 não confirmaram a possível reversão altista e continuam em indefinição de tendência.
Em suma, neste momento, abrem-se poucas oportunidades de ganhos, com uma forte tendência geral de variações nulas que caminham para negativas, por especial influência do CDS e da inclinação da curva DI.
Confira no anexo a integra do relatório MERCADO SECUNDÁRIO DE DEBÊNTURES, de 28.06.2017, elabnorado por RENATO ODO, CNPI-P, e JOSÉ ROBERTO DOS ANJOS, CNPI-P, ambos do BB Investimentos