Diário do Mercado na 2ª feira, 10.07.2017
Otimismo marca o início da semana
Resumo.
À espera de novos desdobramentos no front político doméstico os investidores operaram otimistas, respondendo a pontual alívio das tensões geopolíticas externas bem como recuperação na cotação do petróleo.
A agenda fraca cedeu espaço para o relatório Focus, que apesar de manter evidente a consternação dos agentes para com a duração do cenário recessivo, de outra mão trouxe mais uma queda da Selic estimada – desta vez para os dois horizontes projetivos: 2017 e 2018.
Ibovespa.
Apesar de ter reduzido o ímpeto da metade da tarde em diante, o bom humor predominou na bolsa brasileira, tendo como pano de fundo o direcionador das bolsas estrangeiras, que também operaram majoritariamente no positivo.
A alta foi principalmente puxada pela Petrobras, que se favoreceu da divulgação de estoques de petróleo aquém do esperado em Cushing (EUA), o que elevou a cotação da commodity, e também pela Vale e siderúrgicas, que surfaram expectativas de aumento de preços de minério e aço.
O benchmark da bolsa brasileira findou aos 63.028 pts (+1,13%), com giro financeiro preliminar da Bovespa em R$ 5,54 bilhões, sendo R$ 5,31 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
Com a evasão de de R$ 202 milhões em 6 de julho, o capital externo passou a somar neste mês saldo positivo em R$ 11,89 milhões. Em 2017, está acumulando agora R$ 4,9 bilhões.
Agenda Econômica.
A agenda pouco relevante do dia elevou a importância do compilado de projeções do relatório Focus (Bacen). O documento surpreendeu os agentes pela queda concomitante da Selic esperada tanto para 2017 quanto para 2018 (a 8,25% e 8%, de 8,50% e 8,25% respectivamente), na esteira da continuidade do decaimento da inflação ao consumidor (IPCA) esperada e também de estimativas menores para o crescimento.
De outra mão, a questão política doméstica, que na visão de mercado esfria cada vez mais no curto prazo as consumações das reformas propostas pelo governo e distanciam a perspectiva de suas aprovações, terminam por elevar as incertezas e retrair os investidores.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) desvalorizou-se ante o real, na contramão do ocorrido contra outras divisas de economias emergentes. Fundamentando o movimento não apenas a captura por parte dos agentes de uma maior probabilidade de andamento da agenda de reformas, uma vez transposto o imbróglio político, mas também a expectativa de ingresso de capital prevista para este mês por conta de operações de IPO.
A divisa norte-americana findou os negócios a R$ 3,2611 (-0,73%). O CDS brasileiro de 5 anos acompanhou o otimismo e cedeu 238 pontos ante 242 do fechamento de sexta-feira.
Juros.
Os juros futuros acompanharam o movimento do dólar e cederam. Ainda que as incertezas no front político permaneçam no radar, o sentimento evidenciado pelo relatório Focus contagiou o mercado futuro.
Para a semana.
A agenda de indicadores para esta segunda semana de julho é relevante. No Brasil dados inflacionários como a primeira prévia do IGP-M de julho (terça) e IPC-Fipe (quarta) figuram, mas são ofuscados por vendas no varejo (quarta) relativas a maio, bem como atividade econômica (IBC-Br, sexta) do mesmo mês.
Externamente os destaques ficam por conta da produção industrial da zona do Euro (quarta), Livro Bege (EUA, quarta), bem como dados de inflação ao produtor e atividade do setor industrial nos EUA (sexta).
Confira no anexo a íntegra do relatório de análsie do comportamento do mercado na 2ª feira, 10.07.2017, elaborado por RAFAEL FREDA REIS, CNPI-P, e WESLEY BERNABÉ, CNPI, ambos do BB Investimentos