Diário do Mercado na 4ª feira, 12.07.2017
Terceiro dia consecutivo de ganhos com avanço nas reformas
Resumo.
O avanço da agenda reformista, com a aprovação ainda na noite de terça-feira da proposta de reforma trabalhista injetou ânimo no princípio dos negócios. Quando o mesmo esmorecia pela tarde, a notícia da condenação em primeira instância do ex-presidente Lula trouxe nova onda de posicionamento pelos investidores, derrubando juros e dólar, e impulsionando os ativos de renda variável.
No exterior, o clima também contribuiu para este último, dado que a presidente do Fed Janet Yellen proferiu palavras com viés brando, dando a entender que a inflação nos EUA não está evoluindo o suficiente para um aperto monetário mais firme, o que pode manter o lado real da economia aquecido por mais tempo.
Ibovespa.
A Petrobras foi mais uma vez o destaque de alta da bolsa, e o ativo que ponderadamente mais contribuiu para os ganhos do índice, sustentada por nova rodada de valorização do petróleo no exterior.
A alta, no entanto, foi estendida a praticamente todos os setores após a notícia da condenação do ex-presidente, o que, segundo o mercado, reduz a possibilidade de sua candidatura em 2018, e com isso as incertezas dos investidores internacionais quanto ao quadro político futuro.
O benchmark da bolsa brasileira findou aos 64.835 pts (+1,57%), com vigoroso giro financeiro preliminar da Bovespa em R$ 9,95 bilhões, sendo R$ 9,65 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
O capital externo à bolsa, com a ingresso de de R$ 107 milhões em 10 de julho, passou a somar neste mês saldo positivo em R$ 117,9 milhões. Em 2017, está acumulando agora R$ 5,009 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, as vendas no varejo sob a ótica restrita (que exclui vendas de automóveis e materiais de construção) relativas ao mês de maio ante abril variaram -0,1%.
O dado veio abaixo das projeções de mercado, cuja média apontava para um avanço de 0,3%. No comparativo com maio de 2016 a variação ficou em 2,4%, também aquém das estimativas (3,0%). O dado, além de defasado em 2 meses reforça a possibilidade de ruptura na continuidade do momento de recuperação, já que identificou-se uma queda logo após o avanço em abril ante março, com os consumidores não apenas antecipando as compras do dia das mães mas também utilizando recursos oriundos do FGTS liberados extraordinariamente, o que não irá se repetir.
No exterior, a produção industrial da Zona do Euro surpreendeu positivamente, mostrando um avanço de 1,3% em maio ante abril (estimado: 1,0%), e 4,0% ante maio de 2016 (estimado 3,5%).
Já nos EUA, o Livro Bege, que traz as condições econômicas segundo as distritais do Fed, foi divulgado à tarde e reafirmou crescimento entre modesto e moderado em todas as 12 macrorregiões do país, e manteve o otimismo que já dominava os negócios na sessão.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) estendeu firmemente a perda de terreno ante o real vista nos últimos dias e novamente atingiu a cotação mínima em mais de um mês.
A divisa norte-americana findou os negócios a R$ 3,2067 (-1,46%).
Risco País - O CDS brasileiro de 5 anos acompanhou o viés de menor risco percebido para o médio/longo prazo quanto ao país e cedeu a 229 pontos ante 236 do fechamento da 3ª feira.
Juros.
Os juros futuros acompanharam a queda do dólar, e cederam ao longo de todos os seus vencimentos.
Para a 5ª feira.
A agenda esmorece ligeiramente, contendo de destaque tão somente, no Brasil, o volume do setor de serviços (IBGE) relativo a maio, e externamente dados prévios de inflação ao consumidor na Alemanha e França.
Confira no anexo a integra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 12.07.2017, elaborado por RAFAEL REIS, CNPI-P Analista, e WESLEY BERNABÉ, CNPI Gerente de Pesquisa, ambos do BB Investimentos