Diário do Mercado na 6ª feira, 18.08.2017
Postura de Trump e alta do petróleo melhoram negócios
Resumo.
A crise institucional do governo Trump levou a mais um afastamento, mas desta vez o fato foi considerado positivo. Mediante suspeitas de vazamento de informações sobre a Casa Branca, Trump demitiu seu estrategista-chefe, considerado da ala protecionista do governo, e um opositor ao diretor do Conselho Econômico, o responsável pelas reformas pretendidas pelo presidente. Também vindo dos EUA, a notícia de que o país possa impor sanções ao petróleo da Venezuela fez os contratos futuros da commodity dispararem.
Ibovespa.
A forte alta do petróleo no mercado internacional, e a melhora do clima governamental dos EUA com a demissão do estrategista-chefe por Donald Trump embalaram os ganhos das principais bolsas mundo afora. A exceção ficou em algumas praças na Europa que refletiram o incremento na tensão devido ao atentado terrorista em Barcelona na véspera.
Na bolsa paulista, a Petrobras foi o maior destaque, e a Vale também viu ganhos na esteira de novas altas do minério de ferro na China, ambas também evidenciando a balança pendendo para o lado dos “comprados” tendo em vista a proximidade do exercício de opções na próxima segunda-feira.
O Ibovespa findou aos 68.714 pts (1,09%) com o giro financeiro preliminar da Bovespa em R$ 9,10 bilhões, sendo R$ 8,74 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
O capital externo à bolsa, com a entrada de R$ 800,33 milhões em 16 de agosto passou a contabilizar no mês saldo líquido de R$ 2,12 bilhões. Em 2017, o acumulado situa-se agora em R$ 10,117 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, a segunda prévia da inflação medida pelo IGP-M de agosto mostrou um avanço de 0,03% ante julho. A leitura, que inverteu a deflação de 0,71% vista no mês anterior, e o fez especialmente devido à alta no preço da gasolina, veio praticamente em linha com a projeção dos analistas (+0,05%).
A confiança industrial medida pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) em agosto subiu a 52,6 ante 50,6 em julho, interrompendo uma queda que de dois meses consecutivos.
Nos EUA, a prévia do sentimento da Universidade de Michigan do mês de agosto surpreendeu positivamente os analistas ao registrar 97,6, acelerando significativamente ante a leitura de julho (93,4) e acima das projeções de mercado (94,0).
Câmbio e CDS.
A melhoria da atmosfera relativa ao governo Trump na sessão deflagrou um enfraquecimento do dólar ante pares no mercado cambial. Contra o real, o movimento foi amplificado devido à expectativa de ingresso de divisas oriundas de operações de fusões e aquisições, levando a paridade a findar a R$ 3,1457, em queda de 1,09%.
Risco País - O CDS brasileiro de 5 anos fechou a 203 pontos ante os 207 pts de ontem.
Juros.
Os juros futuros domésticos acompanharam a queda do dólar, e cederam ao longo da curva inteira, tendo fechado próximo das mínimas da sessão.
Para a próxima semana.
A pauta fiscal e reformista segue no radar, sendo o próximo capítulo na terça-feira próxima, com a votação do parecer da MP 777, que trata da TLP, e também a votação da reforma política, que discorre em especial sobre a criação do fundo público para financiamento de campanhas, bem como a mudança do sistema eleitoral para o chamado “distritão”.
A agenda econômica prevê destacadamente, no Brasil,o IPCA-15 de agosto, dados de crédito do SFN de julho, arrecadação de impostos de julho e confiança do consumidor FGV e CNI de Agosto. No exterior, agenda fraca, relevando apenas prévias relativas ao 2T do PIB na Alemanha e Reino Unido, e prévia de pedidos de bens duráveis nos EUA.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 18.08.2017, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, E RAFAEL FREDA REIS, CNPI-P, ambos do BB Investimento