Diário do Mercado na 3ª feira, 22.08.2017
Anúncio da privatização da Eletrobras leva bolsa acima de 70 mil
Bolsa sobe 2,01%, Dólar estável em R$ 3,1690
Resumo.
O Governo anunciou que pretende privatizar a Eletrobras. A notícia surpreendeu positivamente o mercado, sendo o estopim favorável para levar o índice a suplantar os 70 mil pts hoje, apoiado também na disparada das açoes da companhia.
A Eletrobras ON (ELET) avançou 49,30% (R$ 21,20) e a Eletrobras PNB subiu 32,08% (R$ 23,55). Também no setor elétrico, a percepção do mercado é que poderá ser cassada a liminar que impede os leilões de usinas da Cemig, o que induziu altas expressivas nos papéis da empresa. Já a concretização da OPA (Oferta Pública da Aquisição de Ações) da troca de ações ON por PN da Gerdau, efetivada pela Gerdau Metalúrgica, foi outro evento de destaque bem recebido.
Os agentes também passaram a acreditar, em um primeiro momento, que outras privatizações também poderão ocorrer em um futuro não tão distante.
Ibovespa.
Em suma, para superar a resistência em torno dos 69.500 pts, deveria ocorrer um fato positivo novo - o que realmente acabou acontecendo com a notícia da Eletrobras.
O índice brasileiro abriu com rápida ascensão e logo ultrapassou os 70 mil pts, operando a maioria do pregão acima deste patamar com robusto volume financeiro.
O Ibovespa encerrou aos 70.011 pts (+2,01%), passando a acumular +1,89% na semana, +6,21% no mês, +16,25% no ano e +21,17% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 11,715 bilhões, já incluindo R$ 921 milhões da troca de ações da Gerdau, sendo R$ 9,526 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externso na Bolsa
A bolsa registrou entrada de capital externo de R$ 29,05 milhões no último dia 12 de agosto, apurando agora saldo positivo de R$ 2,001 bilhões no mês. Em 2017, acumula ingresso de R$ 9,998 bilhões.
Agenda Econômica.
O dia foi de agenda fraca, tanto no Brasil, como no exterior. Nos EUA, o índice de manufatura do Fed de Richmond ficou em 14 em agosto, igual ao dado de julho, mas, acima do consenso de mercado, em 10. No Japão, a prévia do PMI manufatura foi favorável, mostrando elevação para 52,8, de 52,1 anterior.
Câmbio e CDS.
De início o valor da moeda norte-americana chegou a recuar, com a notícia da Eletrobras. Todavia, na parte da tarde, a cotação da divisa norte-americana foi gradativamente se recuperando com o entendimento do mercado que um possível ingresso de moeda estrangeira ainda deverá demorar.
A moeda encerrou cotada de lado, aos R$ 3,1690 (0,00%), acumulando agora +0,76% na semana, +1,60% no mês, -2,55% no ano e -1,12% em 12 meses.
Risco País. Já o CDS brasileiro de 5 anos (CBIN), mais uma vez, findou estável, em 203 pts, em nível idêntico ao de ontem.
Juros. A notícia da privatização da Eletrobras influenciou decisivamente da curta redução das taxas no mercado interno. A curva da estrutura a termo da taxa de juros terminou cedendo como um todo, mas, com pequeno recuo.
Destaques na agenda da semana. No Brasil: IPCA-15, dados do setor externo, dados de crédito, confiança do consumidor e arrecadação de impostos; Nos EUA: Vendas de casas novas e de casas usadas e pedidos de bens duráveis; Na Europa: PMI (Alemanha, França e zona do euro) e PIB (Alemanha e Inglaterra).
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado na 3ª feira, 22.08.2017, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e WESLEY BERNABÉ, CNPI, ambos do BB Investimentos.