Diário do Mercado na 5ª feira, 21.09.2017
Impacto com temores de alta antecipada de juros pelo Fed.
Resumo.
Os agentes digeriram mais profundamente as palavras mais duras da chairwoman do Fed, Janet Yellen, ditas na tarde de ontem em relação a elevação da taxa de juros ainda este ano.
Como o mercado até a segunda-feira passada tinha a perspectiva que este movimento altista só poderia ocorrer no próximo ano, reprecificaram agora essa nova perspectiva, que terminaram por derrubar as bolsas de valores mundo afora.
A probabilidade implícita nos Fed funds superaram hoje os 67% para que haja aumento já na decisão do Fed em 13 de dezembro próximo.
O mercado brasileiro também sentiu o impacto negativo, apesar das divulgações hoje do RTI (Relatório Trimestral de Inflação) do Banco Central, com expectativas mais alvissareiras sobre a economia brasileira, e do IPCA-15 baixo.
Ibovespa.
O índice doméstico ensaiou alta nos primeiros minutos de pregão, mas, inverteu sua trajetória ainda pela manhã e movimentando-se o restante do dia em campo negativo. As negativas bolsas norte-americanas influenciaram no comportamento doméstico.
Os destaques negativos foram o recuo da Vale, em razão de mais uma baixa no preço do minério na China, e a realização em Petrobras, após recentes ganhos. O Ibovespa fechou em 75.604 pts (-0,53%), acumulando -0,20% na semana, +6,73% no mês, +25,53% no ano e +29,47% em 12 meses. O volume preliminar da Bovespa foi de R$ 11,056 bilhões, sendo R$ 10,809 bilhões no mercado à vista.
Na 3ª feira, 19.09, último dado disponível, a saída líquida de capital estrangeiro foi de R$ 183,301 milhões, com superávit indo a R$ 3,814 bilhões em setembro. No acumulado do ano, passou a e registrar ingresso líquido de R$ 14,799 bilhões.
Agenda Econômica.
O IPCA-15 (IBGE) variou +0,11% em setembro, ante +0,35% em agosto e abaixo do consenso de +0,13%. Favoravelmente, houve recuo de -0,94% no grupo alimentação e bebidas (-0,65% em agosto), se contraponto a oscilação de +1,25% no grupo transportes (+1,35% em agosto). O índice acumulou +1,90% no ano e +2,56% em 12 meses.
O RTI (Relatório Trimestral de Inflação) do Bacen trouxe reajustes para baixo das expectativas de inflação, com o IPCA de 3,20% para 2,90% em 2017, para 3,80% em 2018, 4,2% para 2019 e 4,1% para 2020. Também, mostrou-se confiante na retomada da economia, elevando a previsão de crescimento para +0,7% este ano e para +2,20% em 2018.
Conforme dados do CAGED, foram criadas 35.457 vagas de empregos formais em agosto, abaixo do consenso de 54.000, sendo de modo promissor o quinto mês consecutivo de geração de postos de trabalho. Destaque para o setor de serviços, que gerou 23.299 vagas no mês. No acumulado do ano, foram abertos 163.417 postos de trabalho formais.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) operou na sessão de hoje circundando ao redor da estabilidade até o meio da tarde. A partir daí, a divisa firmou-se em alta, acompanhando seu comportamento no mercado internacional. A percepção mais acentuada de possível alta de juros pelo Fed em dezembro próximo foi o cerne da questão hoje.
A moeda encerrou cotada a R$ 3,1420 (+0,38%), passando a acumular +0,93% na semana, -0,19% no mês, -3,38% no ano e -2,03% em 12 meses. O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos subiu minimamente para 203 pts, versus 202 pts da véspera.
Juros.
O RTI (Relatório Trimestral de Inflação) do Banco Central, além da baixa taxa de inflação do IPCA-15, motivou o comportamento dos juros hoje. A expectativa melhor do cenário inflacionário associado a um maior crescimento compeliu para baixo as taxas, derrubando como um todo a curva da estrutura a termo da taxa de juros.
Para a sexta-feira.
Brasil: Confiança do Consumidor/FGV. EUA: PMI Manufatura. Alemanha: PMI Manufatura França: PIB e PMI Manufatura. Zona do Euro: PMI Manufatura.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feia, 21.09.2017, elaborado por HAMILTON MOREIRAL ALVES, CNPI-T, RAFAEL FREDA REIS, CNPI-P, e RICARDO VIEITES, todos da equipe do BB Investimento.