Diário de Mercado, 09.10.2017
Aversão ao risco maior com cenário externo e feriado nos EUA.
Resumo.
Em dia de baixo volume financeiro em razão de feriado bancário nos EUA (bolsas funcionaram), as tensões geopolíticas estiveram, mais uma vez, no foco dos agentes. A embaixada norte-americana na Turquia suspendeu a emissão de vistos aos turcos, alegando falta de segurança, trazendo mau estar.
Ademais, incrementando o panorama adverso, o presidente dos EUA, Donald Trump, tornou a fazer ameaças ao regime norte-coreano.
A aversão ao risco subiu e os investidores se retraíram. Os fatos externos deram o tom ao mercado doméstico, que findou com valorização do dólar, alta nas taxas de juros futuros e mais um pregão de realizações na bolsa.
Ibovespa.
Em dia de parco volume, o Ibovespa abriu a sessão em forte baixa, atingindo a mínima de 75.180 pts (-1,15%) no final da manhã. O índice ensaiou recuperação no período da tarde, afastando-se da mínima, porém, não teve força para deixar o campo negativo, influenciado pelas negativas bolsas norte-americanas
O setor financeiro e a Vale pesaram sobre o índice, enquanto a Petrobras suavizou as perdas, fechando com valorização.
O Ibovespa encerrou o pregão em 75.726 pts (-0,43%), acumulando +1,93% no mês, +25,74% no ano e +23,92% em 12 meses. O mais fraco giro preliminar da Bovespa foi de R$ 6,781 bilhões, sendo R$ 6,420 bilhões no mercado à vista.
Na 5ª feira, 05.10, último dado disponível, o ingresso líquido de capital estrangeiro foi de R$ 92,473 milhões na bolsa, com R$. Em 2017, o saldo de capital estrangeiro acumula ingresso de R$ 15,009 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o IGP-DI (FGV) variou +0,62% em setembro, ante +0,24% em agosto - acima do consenso de +0,50%. O IPA-DI foi o principal responsável pelo avanço do índice geral, em +0,97% (+0,26% em agosto) já o IPC-DI teve deflação de -0,02% (+0,13% em agosto); e o INCC-DI oscilou +0,06% (+0,36% em agosto).
No relatório semanal Focus do Banco Central, com as projeções de mercado, o panorama geral prosseguiu favorável. Destaques para 2018, com o PIB ascendendo a +2,43% (+2,38% na semana anterior) e para o IPCA, que deslizou para +4,02% (4,06% antes). A taxa Selic permaneceu em 7,00% a.a. e a taxa de câmbio em R$ 3,30 para o próximo ano.
Na Alemanha, o indicador de crescimento da produção industrial surpreendeu, avançando +2,6% no mês de agosto, bem acima do consenso (+0,9%), contra decréscimo de -0,01% em julho. Já na comparação ante agosto de 2016, registrou crescimento de +4,7%.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) abriu a sessão em forte alta, permanecendo em terreno positivo durante toda a sessão, alinhado ao movimento internacional de valorização da moeda frente às moedas dos emergentes, com o imbróglio entre EUA e Turquia.
É a quarta sessão de alta da divisa, que encerrou cotada a R$ 3,1860 (+0,92%), acumulando +0,60% no mês, -2,03% no ano e -0,93% em 12 meses. O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos manteve-se idêntico aos 186 pts da última sexta-feira.
Juros.
Os juros futuros fecharam em alta, confirmando tendência observada pela manhã, apesar de encerrar a sessão longe das máximas. As taxas foram influenciadas pelo cenário externo e pela valorização do dólar frente as moedas dos emergentes - incluso o real.
Para a terça-feira.
Alemanha: Balança comercial.
França: Produção industrial e Produção do setor de fabricação.
Reino Unido: Produção industrial, Produção do setor de fabricação, Balança comercial e estimativa do PIB.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 09.10.2017, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, WESLEY BERNABÉ, CNPI, e RICARO VIEITES, integrantes da equipe do BB Investimentos.