Risco fiscal e payroll elevam juros longos
e aumentam a demanda por prêmio de risco
No mercado doméstico, prossegue a tendência de aumento dos yields longos e de recuo dos rendimentos curtos na curva DI, mas acompanhada de uma quase estabilidade dos yields da NTN-B.
No balanceamento das duas curvas, porém, a análise revela um gradativo aumento do sentimento de risco, sinalizado pela inclinação da curva DI, e uma maior expectativa de inflação implícita, que vem se renovando há mais de duas semanas.
A medida de risco ainda reflete as crescentes preocupações com a agenda hábil para uma eventual votação da reforma da previdência, o que se traduz em agravamento do risco fiscal.
A inflação implícita, por outro lado, ainda não inspira dúvidas relevantes, em face das projeções de mercado inferiores à meta oficial ou próximas do limite inferior, de 3%.
Por parte do cenário externo, os dados mistos do emprego nos EUA foram interpretados como mais alinhados à alta do juro básico, uma vez que o nível de desemprego recuou e a renda melhorou (a despeito do corte líquido de postos de trabalho).
Como reflexo, de acordo os FED Funds, o mercado passou a estimar em 80% a probabilidade de alta do juro no FOMC de dezembro, em 0,25 p.p., e de estabilidade no encontro de novembro. Dessa forma, os juros domésticos longos passam a assimilar novos vetores de força altista, dando sequência às calibragens de maiores prêmios e reforçando a atual tendência.
Confira no anexo a íntegra do relatório de Análise Semanal do Mercado e Renda Fixa, em 09.10.2017, elaborado por RENATO ODO, CNPI-P, JOSÉ ROBERTO DOS ANJOS, CNPI-P, ambos analistas Senior do BB Investimentos