VIA VAREJO - Resultado no 3º trimestre de 2017 e Revisão de Preço
O resultado do 3T17 da Via Varejo veio forte, ultrapassando nossas estimativas do top line ao bottom line.
A receita líquida atingiu R$ 6,1 bilhões no trimestre, 13,0% acima da nossa projeção, amparada pela retomada das vendas em todas as categorias de produtos, o que reflete a melhora do cenário macro em relação ao 3T16 e também estratégias internas assertivas da empresa.
As margens operacionais também foram uma boa surpresa, com destaque para a margem EBITDA ajustada de 6,1% (+2,0 p.p. a/a), 2,2 p.p. acima da nossa expectativa, refletindo uma política de preços mais assertiva e de um nível superior de eficiência (mostrando que o projeto Movve tem de fato funcionado).
Finalmente, no bottom line, a companhia foi capaz de reverter o prejuízo de R$ 156 milhões do 3T16 para um lucro de R$ 14 milhões no 3T17.
Até o final do 1S17, a Via Varejo ainda estava desempenhando abaixo da média de mercado (+4,2% a/a contra +5,6% a/a), mas a performance do 3T17 mudou esta perspectiva. Nos 9M17, a companhia registrou um aumento de vendas de 8,0% a/a, enquanto o mercado de bens duráveis como um todo cresceu 6,9% a/a.
Ainda há muito a ser feito: durante a teleconferência de resultados, o management declarou que a VVAR deve retomar seu plano de expansão durante 2018, abrindo de 70 a 80 lojas no novo formato “smart”, de tamanho reduzido, mas com um nível superior de tecnologia e, consequentemente, mais rentável.
Após um plano bem-sucedido de 51 conversões de lojas para o formato “premium” outras 49 unidades também devem ser convertidas ao longo de 2018.
Além disso, a primeira fase do projeto Movve (focado em alavancar as oportunidades de venda e aumentar a rentabilidade das lojas, através de ganhos de eficiência e uma maior penetração de produtos e serviços financeiros) foi concluída em setembro, com a implementação de uma política de preços regionalizada em todas as lojas.
Neste mesmo mês, começou a segunda fase do projeto, com um piloto em 40 lojas (o roll out total deve terminar em abril do ano que vem), que prevê a inclusão de ferramentas e plataformas tecnológicas mais atualizadas dentro das lojas, visando melhorar o nível de atendimento e otimizar os procedimentos relacionados à venda.
Um novo sistema de compensação salarial também deve ser lançado no próximo ano, o que deve gerar uma maior motivação na equipe de vendas.
No canal online, a VVAR pretende oferecer uma gama completa de serviços de fullfilment para os vendedores do marketplace até o final de 2018, o que deverá elevar a take rate da operação nos próximos anos.
Também é válido ressaltar que, durante o 1T17, a empresa anunciou outros projetos focados em aumentar a conversão e a rentabilidade das vendas através de análise preditiva, CRM e inteligência artificial.
Por fim, há ainda ganhos adicionais a serem percebidos da combinação de negócios com Cnova, relacionados principalmente à logística, investimentos em marketing e penetração de produtos e serviços financeiros.
Confira no anexo a integra do relatório de análise a respeito, preparado por MARIA PAULA CANTUSIO, CNPI, Analista Sênior do BB Investimentos