Diário de Mercado na 3ª feira, 31.10.2017
Realizações com a continuação da saída de capital externo
Resumo.
No panorama doméstico, após divulgação da ata do Copom, o mercado reforçou expectativa de diminuição no ritmo de cortes na Selic para a reunião de dezembro. As apostas contam com a redução de 50 pts-base na última decisão do ano, em 6 de dezembro próximo, devendo levar a taxa básica de juros para sua mínima histórica (7,00% a.a.).
Para 2018, seguem as inferências sobre eventual descontinuidade do ciclo expansionista, apesar dos analistas entenderem que o Banco Central aberta a possibilidade de adoção de alguma redução ainda, dependendo das condições vigentes à época.
No cenário político, cresceu o pessimismo em relação ao prosseguimento da agenda de reformas, contribuindo para mais um dia de realizações no Ibovespa.
Os agentes aguardam ainda os importantes eventos da semana - a reunião do Fomc na quarta-feira e a indicação do nome para substituir Janet Yellen no comando do Fed para 2018 - que deve sair até esta próxima 6ª feira.
Ibovespa.
O índice principiou a sessão com alta moderada, mas, a tendência se reverte ainda nos primeiros minutos de negócios, registrando a mínima intradiária no fim da manhã, aos 74.144 pts (-0,88%).
As positivas bolsas norte-americanas contribuíram para uma recuperação parcial do índice brasileiro, entretanto, sem força para voltar ao terreno positivo. O setor bancário teve pesada influência na queda do índice, bem como Ambev e Vale, que também recuaram.
O Ibovespa fechou aos 74.308 pts (-0,66%), encerrando o mês com +0,02%, acumulando agora +23,38% no ano e +14,45% em 12 meses. O giro preliminar da Bovespa foi de R$ 9,709 bilhões, sendo R$ 9,456 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa. Na 6ª feira, 27.10, último dado disponível, o investidor estrangeiro retirou R$ 274,912 milhões da bolsa, aumentando o saldo negativo de outubro para R$ 902,664 milhões. No ano, o ingresso estrangeiro líquido acumula agora R$ 13,88 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, a média móvel trimestral da taxa de desemprego baixou a 12,4% até setembro, ante 12,6% na leitura até agosto – em linha com o consenso de 12,4%.
Nos EUA, o índice de atividade industrial de Chicago subiu a 66,2 pts em outubro, frente a 65,2 em setembro – acima da projeção em 60,0 pts.
Na zona do euro, o PIB avançou +0,6% no 3T17, contra +0,7% na leitura anterior – ligeiramente acima do consenso (+0,5%) – na comparação anual, cresceu +2,5%. Já o PIB francês teve elevação de +0,5% no 3T17, frente a 0,6% no 2T17 – em linha com o consenso (+0,5%) - na comparação anual, avançou +2,2%.
Câmbio e CDS.
Em sessão de significativa volatilidade, o dólar comercial (interbancário) chegou a atingir os R$ 3,2930 em sua máxima intradiária no início da tarde, mas, operou predominantemente em baixa em dia de formação da Ptax – cotação que precifica o vencimento de títulos cambiais do 1º dia útil do mês subsequente.
A divisa encerrou cotada a R$ 3,2710 (-0,49%), variando +3,28% no mês, +0,58% no ano e +2,51% em 12 meses.
Risco País. O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos cedeu aos 172 pts, ante 173 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular em baixa nos vencimentos de curto e médio prazos e próximo da estabilidade nos contratos de longo prazo. A correção de parte do movimento de alta da véspera ocorreu em dia de inferências sobre a ata do Copom e de desvalorização do dólar.
Para a quarta-feira.
No Brasil: IPC-S IPC FGV, Produção industrial, Utilização da capacidade CNI (SA), PMI Manufatura, Balança comercial e Vendas de veículos Fenabrave; nos EUA: Empregos privados/ADP, PMI Manufatura, Manufaturados ISM e Decisão taxa FOMC; no Reino Unido: PMI Manufatura.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado na 3ª feira, 31.10.2017, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, WESLEY BERNABÉ, CNPI, e RICARDO VIEITES, da equipe do BB Investimentos