Diário de Mercado na 3ª feira, 07.11.2017
Andamento da reforma pressiona mercado doméstico
Resumo.
Com a queda de -2,55%, o Ibovespa registrou o maior recuo em pregão desde o último dia dia 18 maio, encerrando com força abaixo do suporte na casa dos 73.100 pts, com vigoroso volume financeiro.
O desempenho adverso deveu-se sobremaneira a percepção do mercado da quase extinção de chances da aprovação da reforma da previdência ainda em 2017 – em razão do exíguo prazo até o final deste ano.
Também, o exterior contribuiu negativamente, pois os agentes não obtiveram novos sinais de possível direcionamento de juros nos EUA, com a fala da chairwoman do Fed, Janet Yellen, nem da política monetária europeia, com o discurso do presidente do BCE (Banco Central Europeu), Mario Draghi.
As bolsas em Nova York fecharam não distantes da estabilidade, enquanto os principais índices europeus caíram. Domesticamente, o dólar terminou a sessão em alta, assim como a maioria dos contratos de juros futuros de médio e longo prazos, além do risco-país registrar pequena elevação.
Ibovespa.
Em dia de bom volume de negócios na bolsa, o índice esteve durante todo o pregão em campo negativo, aprofundando as perdas a partir do início da tarde. Por volta das 13h30, caiu abaixo do suporte dos 73.100 pts, prosseguindo em tendência declinante para findar em patamar inferior ao do início de setembro.
A Vale e a Petrobras – depois de relevante alta na véspera em razão da elevação das commodities, além do setor bancário, recuaram fortemente e pesaram no índice.
O Ibovespa fechou aos 72.414 pts (-2,55%), acumulando -2,03% na semana, -2,55% no mês, +20,24% no ano e +13,06% em 12 meses. O volume preliminar da Bovespa foi de R$ 13,082 bilhões, sendo R$ 12,711 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa. Na 6ª feira, 03.11, houve o sétimo pregão seguido de saída líquida de capital estrangeiro da bolsa, no montante de -R$ 217 milhões. Em novembro, o saldo está negativo em R$ 475,236 milhões, mas, ainda tem entrada líquida de R$ 12,473 bilhões em 2017.
Agenda Econômica.
Na Alemanha, a produção industrial teve retração de -1,6% em setembro, ante elevação de +2,6% em agosto – abaixo da projeção de -0,9%. Na comparação anual, o índice ainda avançou +3,6%.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) operou durante quase toda a sessão em terreno positivo, acompanhando o comportamento da moeda norte-americana diante das principais divisas mundiais e de economias emergentes.
O dólar fechou cotado a R$ 3,2760 (+0,58%), acumulando -0,88% na semana, +3,77% no mês, +0,74% no ano e +2,15% em 12 meses.
Risco País. O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos subiu a 177 pts, ante 171 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular em alta, diante da valorização do dólar e de certa percepção de piora no cenário fiscal em razão de dificuldades no curto prazo na continuidade da agenda de reformas. A percepção refletiu em maiores elevações nas taxas de longo prazo, enquanto os vértices de curto prazo ficaram próximos à estabilidade.
Para a quarta-feira.
No Brasil: IGP-DI Inflação FGV, IPC-S FGV e Exportações/ Produção/ Vendas veículos Anfavea;
Na China: IPC e IPP.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado na 3ª feira, 07.11.2017, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RICARDO VIEITES.