A Agência Brasil noticia que cerca de dois mil peruanos marcharam em Lima no sábado, 16.12, contra a tentativa de golpe parlamentar contra o presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, bem como contra o Procurador Geral da Nação, Pablo Sánchez, e de vários magistrados do Tribunal Constitucional.
A "marcha contra o golpe fujimorista" foi convocada em redes sociais por organizações e grupos sociais após o parlamento aprovar o debate sobre a destituição de Kuczynski na próxima 5ª feira 21.
No Congresso peruano, o fujimorismo tem maioria absoluta e os organizadores da mobilização denunciaram que o partido fujimorista Força Popular, liderado por Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, pretende tirar do poder as demais instituições do Estado a partir do Congresso, o que é considerado por estes como um golpe de estado encoberto.
Durante a mobilização, os participantes gritaram palavras de ordem como "Por justiça e dignidade, Fujimori nunca mais", "Peru, gosto de você, por isso te defendo", "Que fechem o Congresso, fora os corruptos", "Keiko, corrupta, o povo te repudia", "Esses 'fujiratos' não nos representam" e " Democracia sim, ditadura não", entre outras.
Também pediram ao líder peruano para dissolver o Congresso, ao considerar que o fujimorismo utiliza o poder legislativo para desestabilizar o país por interesses pessoais e políticos.
Além do pedido de cassação de Kuczynski, por supostamente ter ocultado seus vínculos com a construtora Odebrecht, o fujimorismo censurou dois ministros e forçou a renúncia de outros dois, desde que há um ano e meio o líder iniciou seu mandato.
As ações do fujimorismo no Congresso aconteceram quando a Promotoria mantém várias investigações contra Keiko Fujimori por causa de um suposto financiamento irregular de suas campanhas, incluindo supostas contribuições da Odebrecht.