Diário de Mercado na 5ª feira, 01.02.2018
Apesar do mau humor externo, Ibovespa tem novo avanço
Resumo.
Mesmo em dia de perdas nas principais bolsas estrangeiras, o apetite por ativos de risco induziu nova alta do índice doméstico. O Ibovespa chegou a experimentar valorização de 1,31%, acima dos 86 mil pts, mas cedeu parte dos ganhos a caminho do fim do pregão.
Conjuntamente, a retomada econômica segue como pano de fundo para o bom desempenho do Ibovespa. Dados da produção industrial brasileira mostraram crescimento de 2,5% em 2017, interrompendo a sequência negativa que teve início em 2014. Já a balança comercial de janeiro registrou o melhor resultado para o mês em 12 anos, com superávit de US$ 2,8 bilhões.
Ibovespa.
O índice doméstico navegou em terreno de alta por quase toda a sessão, chegando a ultrapassar, novamente, o patamar dos 86 mil pts no meio da tarde, quando perdeu força até o fim da sessão, mas garantiu, todavia, a segunda alta consecutiva.
Petrobras, Ambev, B3 e Vale avançaram e puxaram o fechamento positivo do índice. Na outra ponta, com resultado aquém do esperado pelo mercado, o Bradesco liderou as perdas, seguido de Raia Drograsil e Usiminas.
O índice encerrou aos 85.495 pts (+0,69%), acumulando -0,04% na semana, +11,90% no ano e +31,86% em 12 meses. O bom volume preliminar da Bovespa foi de R$ 11,895 bilhões, sendo R$ 11,559 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
Na 3ª feira, 30.01, os investidores estrangeiros retiraram R$ 203,368 milhões da bolsa. Em 2018, a entrada líquida acumula R$ 9,324 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, a produção industrial registrou alta de +2,8% em dezembro ante novembro, sendo a maior variação mensal desde junho de 2013 (+3,5%).
Também, avançou +4,3% em relação a dezembro de 2016, perfazendo o oitavo mês seguido positivo nesta mesma base de comparação.
O indicador ascendeu +2,5% em 2017, denotando o melhor resultado desde 2010, após ter variado -6,4% em 2016, -8,3% em 2015 e -3,0% em 2014.
Em termos de grandes categorias, foram observadas as seguintes oscilações em 2017: Bens de Capital em +6,0% (equipamentos para construção em +40,1%, equipamentos de uso misto em +20,1% e equipamentos de transporte em +7,9%); Bens de consumo em +3,2% (duráveis em +13,3%, com produção de automóveis em +20,1% e eletrodomésticos em +10,5%; e semiduráveis e não duráveis em +0,9%); e Bens Intermediários em +1,6%..
Nos EUA, o PMI manufatura de janeiro repetiu dezembro/2017, registrando 55.5 pts – em linha com o consenso.
Na zona do euro, o PMI manufatura de janeiro também se manteve inalterado, marcando os mesmos 59.6 pts de dezembro – o mesmo que a projeção.
Já o PMI manufatura alemão recuou ligeiramente a 61.1 pts em janeiro, ante 61.2 pts em dezembro – enquanto o mercado aguardava 61.2 pts.
Na França, o índice subiu a 58.4 pts no mês de janeiro, contra 58.1 pts em dezembro – acima do consenso de 58.1 pts.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) iniciou a sessão com leve viés de alta, mas se firmou em campo negativo ainda pela manhã e fechou com desvalorização. No exterior, a divisa se enfraqueceu perante as principais moedas e também ante as emergentes.
A divisa encerrou cotada a R$ 3,1690 (-0,69%), acumulando +0,99% na semana, -4,40% no ano e +0,80% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos subiu a 145 pts, ante 144 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular próximos à estabilidade nos vencimentos de curto e médio prazos e em queda na ponta longa da curva. O recuo do dólar corroborou para a queda, mesmo com o avanço no rendimento dos Treasuries.
Para sexta-feira.
Brasil: IPC FIPE e utilização da capacidade CNI;
EUA: Payroll - criação vagas economia, variação em folha pgmto privada, taxa de desemp., média de ganhos/hora, pedidos de fábrica, pedidos de bens duráveis e índice de confiança Univ. de Michigan.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 01.02.2018, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e WESLEY BERNABÉ, CNPI, ambos integrantes da equipe do BB Investimentos.