KLABIN - Resultados no 4º trimestre/2017
Números Resilientes
Hoje, a Klabin apresentou números positivos e resilientes para o 4T17, amparados por
(i) maiores vendas de celulose no período,
(ii) maiores preços realizados de celulose;e
(iii) melhoras no segmento de papel, com as melhores condições no mercado doméstico.
A planta Puma está agora operando na totalidade e os custos tendem a manter a tendência de baixa, contribuindo para margens maiores, t/t e a/a. No segmento de papel, os negócios de conversão apresentaram performance bastante positiva, contribuindo para receitas maiores.
Seguindo a maior demanda na Europa e na China, os preços de kraftliner subiram novamente nos mercados internacionais, de volta a níveis históricos. No 4T17, os preços médios ficaram em US$ 692.5/t, ante US$ 659.1/t no trimestre anterior.
A despeito, como a demanda no Brasil tem crescido devido a um ambiente mais otimista, especialmente para produtores de comida e produtos não-duráveis, a empresa optou por direcionar parte de sua produção para produtos de conversão visando a atender esta demanda crescente.
No trimestre, as vendas no mercado interno representaram 50% do total, contra 46% no 3T17, com os produtos de conversão totalizando 24% do volume vendido.
Com relação aos preços de celulose, BHKP na Europa ficaram em média USD 977.4/t no trimestre (+8,8% t/t) e, na China, o aumento foi de 12% no período, com os preços médios em USD 744,4/t.
Como mencionamos no nosso relatório anterior, os mercados de celulose e papel deve crescer este ano, contribuindo para as receitas da empresa com volumes melhores e maiores preços.
A demanda por celulose deve se manter aquecida devido a
(i) forte consumo na China resultante de restrições sanitárias e ambientais,
(ii) preços mais altos,
(iii) demanda crescente devido a novas máquinas de papel vindo pro mercado,
(iv) melhores condições na zona do Euro e
(v) estoques de celulose estáveis na China.
Resultados consolidados.
O volume de vendas subiu 8,4% comparado ao mesmo período do ano passado, impulsionado não apenas pelo segmento de celulose e o ramp up da planta Puma, mas também devido aos volumes estáveis no segmento de papel. As vendas de celulose chegaram a 364 kton no trimestre, um aumento de 2,9% t/t e 20,6% a/a.
Em 2017, elas totalizaram 1.441 kton, alta de 80.8% a/a. No que tange papéis, os volumes somaram 479 kton no 4T17, estáveis a/a, com caixas de PO subindo 3,9% a/a (apesar da queda de 2,7% t/t) e sacos com alta de 2,6% a/a (-4,4% t/t).
As receitas adiram BRL 2.298 mn, 17% acima do 4T16 e 3,3% contra o trimestre anterior. As receitas de papel subiram 5% a/a, com a contribuição de produtos de maior valor agregado advindos do negócio de conversão.
Desempenho de celulose: Puma operando na totalidade.
Com a melhora nos volumes vendidos e nos preços realizados, as receitas somaram BRL 728 mn, subindo 11% t/t. O custo caixa ficou estável em BRL 681/t, resultado do ramp up total de Puma, o qual contribuiu para diluição dos custos fixos, apesar do impacto negativo da menor geração de energia no período.
Entretanto, acreditamos em melhores resultados nos próximos trimestres, vindos de menores custos fixos, maior venda de energia e menores custos de madeira.
Desempenho de papel: vendas para o MI ganhando espaço.
As receitas de kraftliner e papel cartão ficaram estáveis no período, em BRL 765 mn, comparadas ao 3T17 e ao 4T16. Apesar dos preços de kraftliner no mercado internacional manterem sua tendência de alta, a melhora na demanda para caixas de PO no mercado doméstico levou a companhia a optar por aumentar a produção de produtos de conversão visando a atender a demanda do mercado.
O volume total vendido alcançou 190 kton, 4% acima do mesmo período do ano passado. Já com relação às receitas, o aumento foi de 8% a/a, para BRL 666 mn.
Resultado Financeiro e Alavancagem.
A dívida bruta chegou a BRL 19.550 mn, BRL 702 mn acima do 3T17 devido a novos débitos e à variação cambial. A dívida líquida ficou em BRL 11.728 mn, 1,2% acima do 3T17, impactado pelo efeito cambial. A dívida líquida/EBITDA caiu para 4,1x, contra 4,4x no trimestre anterior, o que, em nossa opinião, apesar de ter reduzido, não está no ritmo que esperávamos.
As despesas financeiras somaram BRL 308 mn, impactadas pela redução nas taxas de juros no Brasil, que também reduziram as receitas financeiras para R$ 105 milhões (ante R$ 149 milhões no 3T17).
A variação cambial também afetou os resultados e somaram R$ 491 milhões. Por fim, o resultado financeiro fechou negativo em R$ 693 milhoes com resultado liquido também negativo em R$ 83 milhões.
Opinião do analista.
A companhia apresentou um EBITDA de BRL 855 mn, 2% abaixo de nossas estimativas. A Klabin tem trazido resultados estáveis e resiliente, performando positivamente em ambos os segmentos, de papel e celulose. Com as melhoras na economia brasileira, temos razões para acreditar que as receitas de papel devem crescer amparadas por maiores volumes vendidos e maiores preços realizados.
A habilidade da empresa em adaptar a produção de acordo com as condições de mercado mantem-se como um diferencial positivo e será fundamental para este ano.
Ainda, os negócios de celulose devem continuar contribuindo positivamente para os resultados da companhia, com preços se mantendo em níveis altos, ao menos no CP, e os custos devem se reduzir com maiores volumes do Puma. Os riscos ficam com
(i) possíveis pressões nos preços de celulose que podem militar a geração de caixa da Klabin e consequentemente sua desalavancagem e,
(ii) uma retomada mais lenta da economia brasileira.
Assim, mantemos o preço-alvo para 2018 em R$ 22,0, com a recomendação de Market Perform.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do desempenho da KLABIN no 4º trimestre/2017, elaborado por Gabriela E Cortez, CNPI Senior Analyst do BB Investimentos