Renda Fixa - Mercado Secundário de Debêntures em 01.02.2018
Prêmio de risco recua e preços das debêntures retomam alta
A sinalização positiva pontuada no último estudo se confirmou ao longo da semana, no comportamento das debêntures monitoradas, com retomada de um movimento geral de alta dos preços e melhor definição dos padrões gráficos, acompanhando as primeiras variações das curvas de juros em direção a um cenário de menor aversão ao risco.
Deste modo, na sequência do julgamento do ex-presidente Lula, os derivativos de juros mais longos da curva DI entraram em forte queda de yields, reduzindo a demanda por prêmios de risco, ao passo que a curva da NTN-B se deslocou para baixo em praticamente toda a extensão.
Como desdobramento, o secundário de debêntures deixou o comportamento de cautela observado até então e passou a assumir uma gradativa tendência de alta em preços, levando as 50 séries monitoradas a uma variação conjunta de 0,2%.
Deste total, 35 títulos apresentaram alta (em média de 0,3%) e apenas 5 se desvalorizaram (em apenas -0,1%).
Para os próximos dias, a tendência expressa pelo contrato DI de jan/2027 aponta para novos recuos dos prêmios de risco e abrandamento da ponta longa da curva DI, que podem resultar em novas altas de preços no secundário de debêntures.
Graficamente, a análise identificou 10 ativos em tendência de alta, com destaque para a maior consistência expressa por AGRU12, ANHB16 e CMDT23, contra apenas um ativo em baixa (RDVT11) e outro em comportamento indefinido (VALE18).
Panorama.
Ao longo dos últimos 5 anos, o volume financeiro negociado no mercado secundário de debêntures apresentou expressiva volatilidade (em torno da média de R$ 44,5 bilhões por ano), com acentuado declínio de 2014 para 2015.
Em médias mensais, a negociação alternou meses com picos superiores a R$ 6,3 bilhões e vales abaixo de R$ 2 bilhões, enquanto a quantidade de séries negociadas registrou uma média mensal de 203 papéis, entre o máximo de 291, registrado em ago/2017, e o mínimo de 145 (em fev/2013).
No entanto, o segundo semestre de 2017 registrou uma recuperação dos volumes, especialmente nos meses de outubro a dezembro, mas com destaque para a elevada negociação de PETR25 e PETR35 e para a distorção provocada por apenas 2 operações de FERR19, que concentraram 10,83% do vomule total em dez/2017.
Desde os primeiros meses de 2016, os volumes se situaram no patamar inferior à média móvel de 12 meses, até atingir um novo pico em jun/2016, quando a liquidez se mostrou maior, tanto em número de negócios quanto em volume financeiro. Contudo, cabe registrar que apenas 6 operações de RUMO11 responderam por 28% do volume total naquele mês.
Da mesma forma, a série histórica também apresentou outras distorções em 2016: em out/2016, 8 operações de NCFP12 abrangeram 79,9% do volume do mês; em nov/2016, 2 operações de CCCP11 responderam por 19,73%; e, em dez/2016, a série BEEF13 compreendeu 23% do total, com apenas 2 transações.
Os dois picos registrados em out/2013 e set/2014 constituíram movimentos mensais atípicos e pontuais, não se tratando de sazonalidade, apesar da similaridade de datas. Em set/2014, houve forte negociação de títulos da Embratel (EBTE12, com 49,56% do volume do mês, e EBTE14, com 26,32%), ao passo que em out/2013, o mercado registrou aumento pontual no volume financeiro entre diversos títulos, como os de Rio Iaco Participações S.A., Votorantim Cimentos S.A. e Ultrapar Participações S.A., entre outros.
Confira no relatório anexo a íntegra do relatório de análise do Mercado Segundário de Debêntures, elaborao do por RENATO ODO, CNPI-P, Analista Sênior, e JOSÉ ROBERTO DOS ANJOS, CNPI-P, Analista Sênior do BB Investimentos