Diário de Mercado na 6ª feira, 02.02.2018
Exterior tem firme queda e induz realizações no Ibovespa
Resumo.
O Ibovespa não resistiu à queda generalizada dos índices das bolsas de Nova York e sucumbiu conjuntamente, registrando a pior baixa diária desde novembro.
O dia ruim para os mercados acionários teve como direcionador (driver) o forte avanço nos rendimentos dos Treasuries (títulos do Tesouro) norte-americanos e, principalmente, com as considerações dos agentes em relação a divulgação dos dados do relatório de emprego daquele país.
Diante do avanço nos ganhos dos trabalhadores e da maior geração de postos de trabalho, configurada no payroll – que superou o consenso dos analistas, mesmo com a já baixa taxa de desemprego local, alguns agentes já começaram a falar em quatro elevações nos juros dos EUA pelo Fed, quanto antes se pensava em três altas.
Este foi o motivo crucial usado como motivador para as realizações nos mercados bursáteis pelo mundo. Todavia, em razão de certa inércia da inflação norte-americana, hoje ainda permanecem majoritariamente precificadas implicitamente três elevações para 2018 nos Fed Funds.
Ibovespa.
O índice principiou a sessão em queda e passou a operar abaixo do patamar dos 85 mil pts nos primeiros minutos de pregão. A mínima intradiária foi registrada ainda no início da tarde, aos 83.831 pts (-1,98%).
No fim, apenas cinco dos sessenta e quatro papéis do índice avançaram na sessão desta 6ª feira, com destaque para Embraer, Fibria e Usiminas. Já Bradesco, Itaú, Vale e Petrobras recuaram, pesando sobre o índice.
O Ibovespa encerrou aos 84.041 pts (-1,70%), acumulando -1,74% na semana, -1,03% no mês, +10,00% no ano e +30,14% em 12 meses. O volume preliminar da Bovespa foi de R$ 10,145 bilhões, sendo R$ 9,841 bilhões no mercado à vista.
Na 4ª feira, 31.01, houve ingresso líquido de capital estrangeiro no montante de R$ 225,102 milhões na bolsa, com isto, a bolsa encerrou com entrada líquida de R$ 9,549 bilhões em janeiro – a maior no mês em 11 anos.
Agenda Econômica.
No Brasil, o IPC (FIPE) desacelerou a +0,46% em janeiro, ante avanço de +0,55% em dezembro – abaixo do consenso de +0,59%.
Nos EUA, foram geradas 200 mil novas vagas de trabalho em janeiro, contra 160 mil (revisado de 148 mil) postos em dezembro – melhor que a projeção de 180 mil vagas. Já a taxa de desemprego manteve-se em 4,1% em janeiro, o mesmo que em dezembro – em linha com o aguardado pelo mercado. A média de ganhos por hora variou +0,3% em janeiro, frente a +0,4% (revisado de +0,3%) em dezembro – acima do consenso de +0,2%. Na comparação anual, o índice avançou +2,9% em janeiro, ante 2,7% na leitura anterior – também acima da projeção de +2,6%.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) abriu a sessão com forte apreciação, já distante da cotação de fechamento da véspera. A moeda continuou a avançar durante a tarde e fechou próximo à máxima intradiária. A alta doméstica acompanhou o fortalecimento generalizado da divisa no exterior.
A moeda encerrou cotada a R$ 3,2160 (+1,48%), acumulando +2,49% na semana, +0,78% no mês e +3,11% em 12 meses.
Risco País.
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos subiu a 151 pts, ante 145 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular em firme alta, principalmente nos contratos de médio e longo prazos. O mercado interpretou a elevação da curva em função de novos avanços nos rendimentos dos Treasuries e do dólar, além de ruídos em relação à reforma da previdência.
Para a próxima semana.
Brasil: IGP-DI, Taxa Selic, IGP-M 1ª prévia, IPCA, Vendas no varejo e dados de veículos Anfavea;
EUA: Crédito ao consumidor e Estoques e Vendas de negócio no atacado; Alemanha: Produção industrial;
França; Produção industrial:
Reino Unido: Taxa do Banco da Inglaterra e Produção industrial;
China: Investimento estrangeiro direto, Balança comercial, Importações, Exportações, Reservas estrangeiras, IPC e IPP.
Confira no anerxo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 02.02.2018, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RICARDO VIEITES, CNPI, ambos da equipe do BB Investimentos