Diário de Mercado da 4ª feira, 21.02. 2018
Ibovespa renova recordes, mas, perde força no final
Resumo.
O índice doméstico perfez o sexto pregão consecutivo ascendente e, após ter batido sua máxima pontuação ontem, reiterou seu recorde histórico hoje. Todavia, vale salientar que nas duas horas finais de negócios houve firme pressão vendedora, seguindo a tendência dos índices norte-americanos.
Inicialmente, o índice brasileiro, na esteira do otimismo da véspera com o País, seguiu ascendente e chegou a superar os 87 mil pontos por volta das 16h, com a ata do Fomc nos EUA sendo considerada mais moderada.
Entretanto, os agentes foram digerindo o documento do Fed e reviram seus posicionamentos visto que ainda estava vinculada a presidente anterior, Janet Yellen.
Essa nova interpretação do momento suscitou temores em relação a escalada futura da inflação e a uma trajetória mais dura de elevação de juros, que acabou dominando o humor dos investidores e derrubando as bolsas de Nova York, bem como arrefecendo o ímpeto no mercado brasileiro.
Ibovespa.
O índice principiou em alta e assim operou ao longo de todo o pregão, testando os 87 mil pts pouco depois das 16h. Todavia, a partir daí, sofreu firmes realizações de ganhos e prosseguiu perdendo força em direção ao fechamento, impactado pelos movimentos descendentes finais dos mercados acionários de Nova York.
A reversão de tendência final terminou por derrubar as ações da Petrobras e da Vale, mas, a alta do setor de bancos ainda garantiu um fechamento em pequena elevação.
O Ibovespa chegou a subir 1,81% no pregão, atingindo a máxima histórica de 87.358 pts, mas, terminou aos 86.051 pts (+0,29%), acumulando +1,81% na semana, +1,34% no mês, +12,63% no ano e +24,62% em 12 meses.
O vigoroso volume preliminar da Bovespa, que se acentuou com as realizações finais, foi de R$ 14,805 bilhões, sendo R$ 14,234 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No último dado disponível, na 2ª feira, 19.02, ocorreu ingresso líquido de R$ 256,850 milhões da bolsa, baixando o saldo negativo em fevereiro para R$ 3,846 bilhões. Em 2018, a Bovespa acumula entrada líquida de R$ 5,703 bilhões.
Agenda Econômica.
Nos EUA, o PMI manufatura subiu a 55,9 na prévia de fevereiro, ante 55,5 de janeiro – que também era o consenso. Inicialmente, a ata do Fomc foi considerada mais amena.
Depois, foi levada em consideração que eram “águas passadas” – resquício ainda da ex chairwoman Janet Yellen e foi desconsiderada. Os agentes reavivaram, então, seus temores com um possível avanço futuro de inflação e, por conseguinte, recrudescimento da trajetória ascendente da taxa de juros pelo Fed.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) apresentou trajetória de pequenas variações ao redor da estabilidade. A tendência na parte da tarde parecia mostrar um fechamento em baixa, mas, a reversão da visão sobre a ata do Fomc induziu a elevação da cotação da moeda norte-americana no mercado internacional, que também foi seguida pelo mercado doméstico.
A divisa encerrou valendo R$ 3,2660 (+0,21%), acumulando +1,27% na semana, +2,35% no mês, -1,48% no ano e +5,59% em 12 meses.
Risco País.
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos aumentou a 158 pts, versus 156 pts da véspera.
Juros.
A tendência de redução dos juros de curto e médio prazos prosseguiu, com aumento progressivo pelos agentes nas apostas em novo corte da taxa Selic, em 25 pts-base, para 6,50% a.a., na decisão do Copom em 21 de março próximo.
Deste modo, a parte curta e média da curva da estrutura a termo da taxa de juros cedeu, mas, a ponta mais longa subiu, com ajustes após as recentes baixas.
Para a semana:
Brasil: Confiança industrial CNI, IPC-FIPE, Custos de construção FGV, Índice de Confiança do Consumidor FGV e IPCA-15;
EUA: Índice antecedente;
França: IPC;
Reino Unido: PIB.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 21.02.2018, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e WESLEY BERNABE, CNPI, ambos integrantes da equipe do BB Investimentos.