Meirelles: governo pode realocar recursos de ministérios para intervenção no Rio
O governo poderá realocar recursos de ministérios para a intervenção no Rio de Janeiro, além de usar a arrecadação com a reoneração da folha, afirmou nesta 4ª feira, 21.03, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em São Paulo, após participar do evento Lidera BB promovido pelo Banco do Brasil.
“O governo, para aportar recursos, tem três alternativas: tirar recursos de outras áreas, coletar mais imposto, e aí a única coisa que estamos falando é a correção dessa distorção que é a reoneração da folha, e endividamento do governo”,
disse o ministro. Meirelles acrescentou que o país tem como limitador o teto do gastos, que “impede que haja um aumento descontrolado e insustentável dos gastos públicos”.
“Em resumo, levando-se em conta tudo isso é que vamos estabelecer essa equação da fonte de receitas, mas também de realocações de outros ministérios, de outras áreas do governo, não só para o Ministério da Segurança, mas também para a intervenção”,
afirmou.
Na 3ª feira, 21.03, o governo confirmou que destinará R$ 1 bilhão para a intervenção militar no sistema de segurança do Rio de Janeiro. O valor está aquém do divulgado pelo interventor federal, general Walter Braga Netto, que disse na última 2ª feira, 19.03, que a intervenção precisa de R$ 3,1 bilhões para cobrir dívidas com fornecedores e colocar os salários em dia na área de segurança pública. Desse valor, o montante de R$ 1,5 bilhão teria que ser liberado ainda este ano.
Nessa 2ª feira, Meirelles disse esses recursos poderiam vir da reoneração da folha de pagamento de setores empresariais, cujo projeto de lei tramita no Congresso Nacional.
O Projeto de Lei (PL) 8.456/17 trata da redução das renúncias fiscais sobre folhas de pagamento, prevendo o fim da desoneração de determinados setores da economia.
A intenção é, com a chamada reoneração, aumentar a arrecadação do governo. O projeto é uma das 15 prioridades elencadas pela presidente Michel Temer para equilibrar as contas alternativas, com o adiamento da votação da reforma da Previdência.