Diário do Mercado na 4ª feira, 04.04.2018
Ibovespa recupera-se parcialmente de tombo e encerra perto da estabilidade
Resumo.
Com o mercado ainda em compasso de espera pela clarificação do cenário eleitoral para 2018, a bolsa brasileira mostrou resiliência e quase apagou queda de mais de 2% que apresentava pela manhã.
O Ibovespa seguiu a virada dos mercados norte-americanos, não conseguindo repetir, entretanto, o bom desempenho em NY – com avanços de mais de 1%. A cautela deve seguir presente entre os investidores até que novas definições sejam sacramentadas.
O mercado de juros refletiu o calculado risco, enquanto o dólar encerrou praticamente “de lado”.
Ibovespa.
À exemplo de seus pares norte-americanos, o índice doméstico sofreu forte desvalorização no início da sessão. A queda chegou a -2,1% na mínima, abaixo dos 83 mil pts - menor pontuação desde a primeira quinzena de fevereiro.
As bolsas de NY passaram a registrar vigorosa recuperação, enquanto o Ibovespa recuperou paulatinamente parte das perdas no decorrer do pregão.
O setor de bancos - exceto Santander – reverteu prejuízos e encerrou com valorização. Já Suzano e Klabin registraram fortes elevações. Por outro lado, Vale e Petrobras puxaram o índice para o terreno negativo.
O Ibovespa fechou aos 84.359 pts (-0,31%), acumulando -1,18% na semana (e no mês), +10,42% no ano e 28,27% em 12 meses. O giro preliminar da Bovespa foi de R$ 8,852 bilhões, sendo R$ 8,492 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
Na 2ª feira, 02.04, último dado disponível, houve entrada líquida de capital estrangeiro na bolsa de R$ 128,868 milhões. No ano, o saldo é ligeiramente positivo em R$ 171,262 milhões.
Agenda Econômica.
Nos EUA, houve a criação de 241 mil vagas de emprego no setor privado em março, ante geração de 246 mil (revisto de 235 mil) postos de trabalho em fevereiro – acima do consenso de 203 mil vagas. Já os pedidos de bens duráveis mantiveram-se praticamente estáveis em março.
Houve ligeira queda de 3,1% em janeiro para 3,0% em fevereiro. Na zona do euro, o núcleo do IPC variou +1,0% na comparação anual, igualando a leitura anterior e ligeiramente abaixo da projeção de 1,1%.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) principiou a sessão em firme alta, chegando a valer R$ 3,3660 na máxima do dia. A moeda não atingira este patamar desde maio de 2017, influenciada pelas incertezas em relação à possível guerra comercial entre EUA e China e pela opacidade do cenário eleitoral de 2018.
Não obstante, o real registrou gradual melhora durante a sessão e a divisa norte-americana encerrou estável, cotada a R$ 3,3400 (+0,06%). O dólar acumulou avanço de +1,12% na semana (e no mês), +0,75% no ano e +7,92% nos últimos 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos subiu a 166 pts, ante 165 pts na véspera.
Juros.
As dúvidas decorrentes do cenário eleitoral e da tensão comercial no exterior permaneceram ditando o mercado de juros. A estrutura da curva teve leve inclinação, vide sessão anterior.
Os ajustes de alta mais significativos ocorreram nos vértices de médio e longo prazos, apesar de encerrarem com certa distância das máximas do dia.
Para a 5ª feira:
Brasil: produção de veículos Anfavea, vendas de veículos Anfavea e exportações de veículos Anfavea;
EUA: novos pedidos seguro-desemprego, seguro-desemprego e balança comercial;
Europa: PMIs serviços e composto da Alemanha, França, Reino Unido e zona do euro.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 04.04.2018, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e RAFAEL FREDA REIS, CNPI-P, ambos integrantes da equipe do BB Investimentos