Diário de Mercado na 6ª feira, 06.04.2018
Exterior pesa, mas Ibovespa tem recuo moderado
Resumo.
Em dia de mal humor externo e dubiedade no cenário político doméstico, o Ibovespa encerrou com recuo moderado (-0,46%). O índice terminou a semana em baixa de -0,64%, em meio a crescente cautela dos investidores em relação ao turvo quadro externo.
Enfim, no exterior, a escalada das tensões sobre possível guerra comercial entre Estados Unidos e China, bem como o discurso do chairman do Fed, Jerome Powell, ratificando intenções de alta gradual nos juros, penalizou as bolsas de valores. No mercado de câmbio, o dólar atingiu o maior nível desde maio de 2017 e a curva de juros futuros teve nova evolução, subindo progresivamente em toda extensão da curva de sua estrutura a termo.
Ibovespa.
O índice doméstico navegou em campo negativo durante toda a sessão. A mínima intradiária foi atingida no fim da manhã, aos 83.832 pts (-1,62%). Depois de sofrer oscilações em terreno de baixa, o índice recuperou parte das perdas, em recuo mais brando que aquele registrado pelos pares norte-americanos – que tiveram quedas superiores a 2%. Ambev, Santander, Eletrobras e Vale pesaram sobre o índice. Na outra ponta, Suzano, Fibria e Petrobras avançaram.
O Ibovespa fechou aos 84.820 pts (-0,46%), acumulando -0,97% no mês, 11,02% no ano e +32,07% em 12 meses. O giro preliminar da Bovespa foi de R$ 9,70 bilhões, sendo R$ 9,46 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
Na 4ª feira, 04.04, último dado disponível, houve entrada líquida de capital estrangeiro de R$ 16,200 milhões na bolsa, com saldo positivo de R$ 433,437 milhões em abril e acumulando R$ 475,830 milhões no ano.
Agenda Econômica.
Nos EUA, segundo o relatório de emprego (payroll) foram geradas 103 mil vagas de emprego em março, ante 326 mil (revisado de 313 mi) em fevereiro – abaixo do consenso de 188 mil postos. Já a taxa de desemprego manteve-se em 4,1% em março, enquanto o mercado aguardava ligeira queda a 4,0%. A média de ganhos por hora avançou +0,3% em março, contra +0,1% em fevereiro – em linha com a projeção de +0,3%.
Na Alemanha, a produção industrial teve queda de -1,6% na comparação de fevereiro contra janeiro, ante variação de +0,1% na leitura anterior – abaixo do consenso de +0,2%.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) voltou aos maiores níveis desde maio de 2017 chegado a valer R$ 3,3790 na máxima do dia. No exterior, a divisa perdeu força ante as moedas dos pares desenvolvidos e se fortaleceu perante a maioria das moedas emergentes.
O dólar encerrou cotado a R$ 3,3630 (+0,69%), acumulando +1,82% no mês, +1,45% no ano e 6,93% nos últimos 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos subiu a 167 pts, ante 163 pts na véspera.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular em alta, com ajustes mais expressivos na ponta longa da curva. As incertezas em relação ao quadro eleitoral de 2018 bem como a persistência da tensão comercial no exterior seguiram influenciando o movimento na estrutura da curva.
Para a próxima semana:
Brasil: IPC FIPE-Semanal, IGP-DI inflação FGV, IPC-S IPC FGV, balança comercial semanal, IPCA inflação IBGE, IGP-M inflação 1ª prévia, vendas no varejo, venda ampla varejo e volume do setor de serviços IBGE;
EUA: IPC, FOMC ata da decisão e confiança do consumidor Universidade de Michigan;
Alemanha: núcleo do IPC;
França: núcleo do IPC; zona do euro: produção industrial;
Reino Unido: produção industrial;
China: IPP, IPC, balança comercial, exportações A/A, importações A/A, oferta monetária M2 A/A, financiamento agregado CNY e New Yuan Loans CNY.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre do comportamento do mercado nesta 6ª feira, 06.04.2018, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, ambos integrantes do BB Investimentos.