Suzano - Resultado 1º Trimestre de 2018 e Revisão de Preço
Consolidando-se como líder no segmento
A Suzano trouxe números impressionantes para o 1T18, beneficiado por melhor desempenho em ambos os seus segmentos, papel e celulose. Destacamos, também, o anúncio da compra da Fibria, seu maior competidor nacional e um dos maiores produtores de celulose do mundo.
Como mencionamos anteriormente, ambas as empresas terão, juntas, uma capacidade de celulose de 10.890mt (ex- acordo com a Klabin), ou 21,5% das vendas de celulose em 2017, as quais somaram 50,6mt.
Isto representa 44% se considerarmos apenas as vendas de celulose de fibra curta (ano passado as mesmas somaram 24,9mt).
Não há dúvidas de que a Suzano alcançou o patamar mais alto da sua história, em termos de capacidade de produção e rentabilidade. Primeiro, ao entrar no Novo Mercado da B3 (maior nível de Governança Corporativa da nossa Bolsa).
Depois, ao dar um passo importante na consolidação da indústria, assunto discutido por alguns anos já. E agora, a empresa comprovou, uma vez mais, sua capacidade de entregar o prometido e temos razões para acreditar que com o processo de compra da Fibria não será diferente.
Com relação aos resultados do 1T18, vimos um EBITDA forte de BRL 1.528 mm, 9,1% acima das estimativas do BB-BI (+80,4% a/a e +7,2% t/t), apesar de apresentar receitas de BRL 2.999 mm, 3% maior que as nossas (+33,1% a/a, apesar de -4,6% t/t).
Os custos subiram apenas 1,2% a/a e o COGS/ton alcançou BRL 1.367/t, um aumento de 3% ante o 1T17, espelhando o forte controle de custos e a eficiência em investimentos tomados nos trimestres anteriores. A geração de caixa também melhorou, mantendo sua tendência crescente vista nos últimos períodos.
Isto posto, revisamos nosso modelo, incorporando os melhores prospectos para os segmentos de celulose e papel, especialmente no que tange maiores volumes de celulose com a demanda aquecida na China, juntamente com melhores volumes e preços de papel no mercado doméstico.
Preço-alvo e Outperform
Chegamos, então, a um preço-alvo para 2018E de BRL 43,00, antes BRL 25,00, enquanto mantemos nossa recomendação em Outperform. Informamos que nossos números não incluem a participação da Fibria, pois estamos aguardando a conclusão do acordo.
Celulose: preços mais altos impulsionam receitas.
O volume vendido de celulose caiu 8,1% t/t para 876 kton e foi 4,3% menor que o mesmo período do ano anterior, devido à recuperação dos estoques da companhia, conforme anunciado. Os preços realizados ficaram em BRL 731/t, uma melhora de 7,7% t/t e +44,7% a/a. Assim, as receitas somaram BRL 2,076 mm, diminuindo apenas 1,1% t/t, embora melhorando 42,7% a/a.
O custo caixa ficou em BRL 587/t, estável a/a e 4,4% abaixo do 4T17, bem próximo do alvo da companhia de BRL 570/t para este ano – apesar de que ainda não podemos confirmar se haverá mudanças no guidance da empresa com a compra da Fibria. O EBITDA para o segmento somou BRL 1,285 mn, 10,4% maior t/t e 94,2% maior a/a. A margem EBITDA ficou em 66% e a geração de caixa somou BRL 1.223 mn.
Papel: margens impactadas por parada de manutenção.
O negócio de papel apresentou os primeiros sinais de recuperação, com volumes subindo 7,3% a/a, para 284 kton (apesar da queda de 15% t/t devido à sazonalidade). O preço médio realizado ficou em BRL 3.340/t, alta de 5% a/a e 4,3% t/t.
As receitas ficaram em BRL 923 mn, uma melhora de 15,4% comparado ao 1T17. O EBITDA, então, alcançou BRL 855 mm, um aumento de 21% quando comparado ao mesmo período do ano passado. A margem EBITDA ficou em 26,3% no trimestre. A partir do 2S18, o segmento de tissue será reportado separadamente, incluindo a performance da FACEPA.
Alavancagem e Resultado Financeiro.
O resultado financeiro veio negativo em BRL 157,4 mm, impactado por
(i) despesas financeiras de BRL 234,3 mm,
(ii) receita financeira de BRL 36,7 mm,
(iii) impacto de variação monetária de -BRL 28,4 mm e
(iv) ganhos com derivativos de BRL 68,6 mm.
Assim, o lucro líquido fechou em BRL 813 mm no 1T. Com relação ao endividamento, a dívida bruta ficou em BRL 12.646 mm, variando +3,7% t/t. A dívida líquida, por outro lado, caiu 2,4%, comparada a dez/17, para BRL 9,254 mm em razão de EBITDA mais forte.
Por fim, a dívida líquida/EBITDA veio em 1,7x, 0,3 p.p. abaixo do trimestre anterior.
Confira no anexo a íntegra do estudo sobre o desempenho da SUZANO no 1º trimestre/2018, elaborado por GABRIELA E. CORTEZ, CNPI, do BB Investimentos.