Carteira Sugerida de Ações para Maio de 2018
Investidores seguirão atentos ao panorama eleitoral
O Ibovespa sinaliza viés de baixa para o mês de maio próximo, em um natural movimento de correção. O índice brasileiro, após ter batido seu recorde histórico de pontuação aos 88.317 pts em 26 de fevereiro de 2018, perdeu um pouco de força e passou a oscilar ao redor dos 85.000 pts, se mantendo neste processo de acumulação nos dois meses subsequentes, em março e abril.
Os investidores já precificaram a temporada de balanços do primeiro trimestre e as notícias econômicas favoráveis do País até aqui, focando ainda mais, a partir de agora, nas perspectivas eleitorais domésticas, que ainda estão incertas até em termos de candidaturas.
O cenário externo parece mais tranquilo, mas a questão da elevação de juros nos Estados Unidos é sempre foco de atenção, bem como o comportamento do governo Donald Trump.
O ingresso de recursos estrangeiros em abril, até o dia 26, soma R$ 4,141 bilhões, acumulando R$ 4,184 bilhões no ano. Todavia, mesmo com este volume financeiro, o índice doméstico subia tão somente +1,26% no mês, até o último dia 27.
E, destacadamente, um fato que chama a atenção é o posicionamento de investidores não residentes (res. 2689) no mercado futuro do Ibovespa, com saldo vendido de 29.135 contratos (134.844 na venda e 105.709 na compra) até o último dia 27, estando primordialmente o investidor institucional (saldo de 23.772 contratos) e a pessoa jurídica financeira (saldo de 7.775 contratos) com posição comprada.
Internamente, os analistas já estão visualizando um crescimento menor do que o esperado pelo mercado no primeiro trimestre do ano. O resultado oficial somente será divulgado em 30 de maio próximo, mas, através de outros indicadores anteriores, os agentes irão precificando suas expectativas até lá.
A perspectiva de mais um corte da taxa Selic, a ser anunciada pelo Banco Central em sua decisão no próximo dia 16 de maio, para seu piso histórico de 6,25% a.a., visto que a inflação permanece baixa e sob controle, já está considerada nos preços dos ativos.
Uma questão que traz inquietude é a subida da aversão ao risco, com o risco-país medido pelo CDS 5 anos do Brasil subindo para 174 pts em abril, ante 164 pts em março. Ademais, o dólar também parece pressionado, tendo encerrado em alta de +6,09% no mês, em R$3,5040, acima do limite psicológico de R$3,50.
No exterior, momentaneamente, o assunto da guerra comercial entre EUA e China ficou em segundo plano, por conta da reaproximação da Coreia do Sul com a Coreia do Norte, através do encontro de seus líderes.
Mais uma vez, declarações de membros do Fed serão monitoradas, pois aguarda-se nova elevação de juros para junho próximo e o mercado está dividido entre três e quatro altas pelo órgão em 2018. Dados de economias europeias e da China não tem trazido preocupações.
Performance.
O Ibovespa terminou aos 86.115 pts, em alta de +0,88% em abril, acumulando +12,71% no ano e +31,67% em 12 meses. O índice denotou suporte próximo aos 82.800 pts e resistência nos 87.200 pts, navegando basicamente ao redor dos 85.000 pts ao longo do mês, com maior volatilidade na primeira quinzena. O posicionamento de fundos multimercados tornou-se o “fiel da balança” para a manutenção do atual patamar ao redor do qual o índice tem circundado.
Análise gráfica do Ibovespa.
A maior volatilidade apontada no último estudo se efetivou ao longo do mês, levando o Ibovespa a cumprir tanto o suporte, calculado em 82.800 pontos, quanto a resistência, em 87.300 (registrando a mínima e a máxima em 82.762 e 87.179 pontos, respectivamente).
Apesar da discreta alta no fechamento do mês, os comportamentos gráficos diário e semanal continuam revelando padrões de indefinição, mas com viés de queda e aumento das forças de baixa.
Neste contexto, cabe ponderar que o recente movimento de alta do índice, em forma de cunha, pode dar início a uma reversão baixista, a depender dos próximos desdobramentos. Próximos suportes em 79.400, 81.100, 82.800 e 84.700 pontos; resistências em 87.500 e 89.100 pontos.
Confira no anexo a íntegra do relatório elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVE, CNPI-T, JOSÉ ROBERTO DOS ANJOS, CNPI-P, RENATO ODO, CNPI-P, e RICARDO VIEITES, CNPI, do BB Investimentos