Diário de Mercado na 4ª feira, 02.05.2018
Mercado se ajusta ao comportamento externo e cai com força
Resumo.
O Ibovespa já abriu em baixa, se adequando às baixas das ADRs de ações brasileiras negociadas em Nova York na véspera – que foi feriado aqui, mas houve funcionamento das bolsas norte-americanas.
Em seguida, o índice brasileiro colou sua trajetória no S&P500 ao longo do dia, sempre mantendo descolamento negativo e denotando expressivo giro financeiro.
As bolsas em Wall Street navegavam próximas da estabilidade, mas registraram quedas após os agentes considerarem que Fed poderá elevar mais rapidamente a taxa de juros nos EUA. Entre outras considerações, o órgão citou melhoria da economia norte-americana e sinalizou uma percepção de convergência da inflação no médio prazo para a meta estabelecida, de 2%.
Ibovespa.
O Ibovespa fechou aos 84.547 pts, em baixa de -1,82% no primeiro pregão de maio, acumulando -2,20% na semana, -2,20% no mês, +10,66% no ano e +26,72% em 12 meses.
O robusto preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 11,736 bilhões, sendo R$ 11,438 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
Na 6ª feira, 27.04, último dado disponível, houve ingresso líquido de capital estrangeiro em R$ 201,258 milhões na bolsa, acumulando R$ 4,343 bilhões em abril e R$ 4,385 bilhões no ano.
Agenda Econômica.
No Brasil, o PMI manufatura desceu de 53,4 pts em março para 52,3 em abril, apesar da queda, este é o nono mês seguido em que o índice fica acima da marca dos 50 pts, o que indica expansão.
Já a balança comercial registrou superávit de R$ 6,142 bilhões em abril, com R$ 19,932 bilhões em exportações (recuo de 3,4% ante abr/2017) e de R$ 13,790 bilhões em importações (alta de 10,3% frente a abr/2017).
A Utilização da Capacidade Instalada subiu a 78,2% em março, ante 78,0% em fevereiro – acima do 77,0% de março de 2017.
Nos EUA, de acordo com o instituto ADP, foram criadas 204 mil vagas de trabalho pelo setor privado em abril, contra 228 mil (ajustado de 241 mil) em março, pouco acima do consenso de geração de 198 mil vagas.
O índice é considerado um antecedente do payroll (criação de vagas na economia) da próxima 6ª feira.
Já o Fomc decidiu pela manutenção da taxa de juros dos EUA na banda de 1,50% a 1,75%, em linha com o esperado pelo mercado.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) já abriu em alta e assim oscilou ao longo de toda a sessão. A visão dos agentes de uma postura mais firme do Fed, sobre os juros nos EUA, induziu o movimento no dia.
A divisa fechou cotada a R$ 3,5510 (+1,34%), acumulando +2,57% na semana, +1,34% no mês, +7,12% ano e +12,55% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos subiu a 182 pts, ante 174 pts da 2ª feira.
Juros.
Os juros futuros avançaram como um todo, com destaque de alta para os contratos de médio prazo. O comportamento foi reflexo da postura do Fed e acompanhou a elevação do dólar no mercado doméstico.
Para a 5ª feira.
Brasil: IPC FIPE – mensal, produção industrial;
EUA: produtividade de produtos não-agrícolas, custo da mão-de-obra, novos pedidos seguro-desemprego, balança comercial, pedidos de bens duráveis e bens duráveis exceto transporte;
Zona do Euro: núcleo do IPC;
China: PMI composto e serviços.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 02.05.2018, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, ambos integrantes do BB Investimentos