Diário de Mercado na 6ª feira, 11.05.2018
Mesmo com recuo, Ibovespa registra primeiro avanço semanal em maio
Resumo.
Embora tenha interrompido uma sequência de três sessões positivas com recuo de 0,75% - praticamente na mínima do dia - o índice doméstico avançou 2,16% na semana.
Novamente, a cautela se fez presente entre os investidores em um cenário de habitual volatilidade, acrescido ainda das expectativas em relação à nova pesquisa eleitoral a ser divulgada na segunda-feira, contribuindo para o dia negativo na bolsa brasileira. No exterior, os mercados acionários tiveram desfechos mistos, com Nova York entre a estabilidade e ligeiros ganhos.
No mercado de câmbio, o dólar fechou na maior cotação em quase dois anos, mesmo com seu enfraquecimento do cenário internacional. Já os juros futuros voltaram a subir, aumentando a inclinação positiva da curva da estrutura.
Ibovespa.
Em mais um dia de trajetória errática, o índice passou a maior parte da manhã em alta, chegando a 86.406 pts (+0,6%) na maior pontuação da sessão. A reversão se deu logo no início da tarde e o Ibovespa navegou até o fim do pregão em terreno negativo.
A queda do índice foi principalmente puxada por Kroton (-15,21%), Estácio (-9,90%), Bradesco (-1,79%) e Itaú (-1,60%). Já os fortes avanços dos papéis da Natura (+14,65%), Raia Drogasil (+3,26%) e Vale (+2,39%), suavizaram o recuo do índice.
O índice encerrou aos 85.220 pts (-0,75%), acumulando alta de 2,16% na semana e recuo de 0,30% no mês. No ano, o índice avança +11,54% e sobe +26,18% em 12 meses.
O robusto volume preliminar da Bovespa foi de R$ 13,083 bilhões, sendo R$ 12,544 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
Na 4ª feira, 09.05, último dado disponível, houve entrada líquida de capital estrangeiro em R$ 449,562 milhões na bolsa, reduzindo o saldo negativo do mês para R$ 1,714 bilhão e aumentando o saldo positivo do ano para R$ 2,707 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, as vendas no varejo avançaram 0,3% em março, na série com ajuste sazonal, ante retração de 0,2% em fevereiro – levemente acima da projeção de 0,2%. Já na comparação anual, o índice subiu 6,5% em relação a março de 2017, maior resultado desde abril de 2014 (6,7%). Com o resultado, as vendas no comércio varejista acumulam alta de 3,8% em 2018 e de 3,7% em 12 meses.
As vendas no varejo ampliado – incluindo veículos, motos e peças, bem como materiais de construção – avançaram 1,1% em março, contra variação de 0,1% na leitura anterior – acima do aguardado, de 0,7%.
Nos EUA, a prévia da confiança do consumidor da Universidade de Michigan para maio marcou 98.8 pts, repetindo a prévia de abril – melhor que o consenso de 98.3 pts.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) voltou a superar a marca d’água dos R$ 3,60 no pregão de hoje, chegando a valer R$ 3,6110 na máxima intradiária. No exterior, a divisa seguiu trajetória contrária, perdendo força ante suas pares (moedas de economias desenvolvidas) e também ante a maior parte das moedas emergentes.
A divisa fechou cotada a R$ 3,6000 (+1,44%), acumulando alta de +2,16% na semana, +2,74% no mês, +8,60% no ano e +14,47% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos subiu a 185 pts, ante 184 pts da véspera.
Juros.
Após o arrefecimento da curva da estrutura dos juros futuros na véspera, os contratos voltaram a subir na sessão regular desta sexta-feira. Os ajustes mais firmes se fizeram presentes nos vértices intermediários e de longo prazo, na esteira da forte apreciação do dólar no mercado doméstico. Já a seção curta da estrutura encerrou com viés de alta ou próximo à estabilidade, ainda refletindo boa probabilidade de corte da Selic em 25 bps na semana que vem.
Para a semana que vem.
Brasil: Balança comercial semanal, Volume do setor de serviços, IPC-S FGV, IGP-10 Inflação FGV, Atividade econômica, Taxa Selic, IPC FIPE- Semanal e IGP-M Inflação 2ª prévia;
EUA: PIB, Adiantamento de vendas no varejo, Estoques de empresas, IPC harmonizado, Construção de casas novas, Alvarás de construção, Produção industrial e Índice antecedente;
França: IPC;
Zona do euro: Produção industrial, PIB e IPC principal;
Japão: PIB anualizado, Produção industrial e IPC;
China: Vendas no varejo, Produção industrial e Investimento estrangeiro direto.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 11.05.2018, elaborado por RAFAEL REIS, CNPI-P, e RICARDO VIEITES, CNPI, ambos do BB Investimentos