Diário do Mercado na 5ª feira, 17.05.2018
Ibovespa em queda com desmonte de posições no setor financeiro
Resumo.
O mercado acionário brasileiro recuou forte nesta 5ª feira, com os investidores desmontando posições em parte dada a surpreendente decisão do Copom em manter a Selic no patamar de 6,5% na véspera, mas ainda com contribuição negativa vinda do mercado externo.
O noticiário da sessão contou com fala do presidente Trump tecendo comentários de tom ríspido à Coreia do Norte e também à China, o que contribuiu para ao movimento de redução por parte dos agentes em posições em mercado emergentes.
Domesticamente, o dólar também foi fator de stress ao registrar o 5º dia consecutivo de apreciação frente ao Real, enquanto os juros futuros se ajustaram à decisão do colegiado do Bacen, já que esta contrariou as apostas da maior parte dos agentes.
Ibovespa.
A firme alta da véspera foi ofuscada por uma queda generalizada, onde de fato apenas quatro ativos do Ibovespa fecharam no positivo.
O setor financeiro, o de maior peso no índice, foi também o que mais sofreu, ante a visão de prováveis dificuldades das empresas com um cenário de Selic baixa aliado à retomada econômica ainda em ritmo lento.
Outro destaque de queda foi a Petrobras, que sustentava fortes ganhos no mês, o que deu espaço para investidores realizarem parte dos lucros.
O índice encerrou aos 83.621 pts (-3,37%), acumulando quedas de 1,88% na semana e 2,90% no mês, e altas de 9,45% no ano e 23,81% em 12 meses. O volume preliminar da Bovespa foi de R$ 16,35 bilhões, sendo R$ 15,59 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
Na 3ª feira, 15.05, último dado disponível, houve retirada líquida de capital estrangeiro em R$ 46,34 milhões na bolsa, elevando o saldo negativo do mês para R$ 300,27 milhões e reduzindo o saldo positivo do ano para R$ 4,12 bilhões.
Agenda Econômica.
Nos EUA, o índice de indicadores antecedentes medido pelo Conference Board subiu 0,4% na passagem de março para abril, vindo em linha com o aguardado pelos analistas. O resultado de março foi revisado de 0,3% para 0,4%.
Câmbio e CDS.
Embora tenha iniciado a sessão em baixa, o dólar comercial (interbancário) seguiu sua escalada completando a quinta sessão seguida com valorização. A divisa chegou a valer R$ 3,7120 em sua máxima intradiária, fechando ainda abaixo dos R$ 3,70, mas em sua maior cotação desde março de 2016.
O dólar encerrou cotado a R$ 3,7052 (+0,74%), acumulando alta de 2,88% na semana, 5,66% no mês, 11,98% no ano e 18,70% em 12 meses.
Risco País.
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos escalou a 194 pts frente a 189 pts da véspera.
Juros.
A decisão do Copom pela manutenção da taxa Selic em 6,5% na véspera surpreendeu os agentes - que esperavam corte de 25 bps - e movimentou o mercado de juros futuros, com alto volume de negociações.
Toda a curva da estrutura registrou firme elevação, mas as maiores variações se deram nos contratos de curto e médio prazos, reagindo à pouco provável preservação da taxa básica. Já os vértices de longo prazo seguiram a apreciação do dólar em sua quinta sessão consecutiva.
Para 6ª feira.
A agenda econômica será pouco representativa, figurando tão somente no Brasil a segunda prévia da inflação pelo IGP-M Inflação.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 17.05.2018, elaborado por RAFAEL REIS, CNPI-P, e RICARDO VIEITES, CNPI, ambos do BB Investimentos