Diário do Mercado na 5ª feira, 07.06.2018
Ibovespa se recupera de tombo maior e fecha com queda de 3%
Resumo.
O mercado doméstico sofreu de forma generalizada nesta 5ª feira. O arrefecimento no fim da sessão não evitou a forte queda de 3% do Ibovespa em meio a muita tensão e aversão ao risco.
Os agentes enxergaram a queda como uma resposta à crise de confiança que atingiu tanto o comportamento da economia – a já dada lenta recuperação do início do ano recebeu um balde de água fria com os desdobramentos da greve dos caminhoneiros – como também a situação fiscal do país.
Além de toda problemática doméstica, a virada nas condições internacionais - em detrimento dos emergentes – contribuiu para a forte retirada de capital estrangeiro da bolsa.
No mercado de câmbio, o dólar seguiu sua escalada e encerrou valendo R$ 3,91, ao passo que no mercado de juros futuros, alguns dos contratos de curto prazo chegaram a se elevar de tal modo que tiveram sua negociação temporariamente suspensa.
Ibovespa.
O índice mergulhou em terreno negativo já nos primeiros minutos de pregão e atingiu a mínima intradiária no ápice do nervosismo aos 71.161 pts, recuando 6,51%. Após atingir o fundo, o Ibovespa recuperou 2.700 pts mas não evitou forte queda. Vale, Petrobras e o setor financeiro caíram em peso. Apenas 3 dos 64 papéis que compõem o índice não recuaram, dentre eles, Embraer, beneficiada pela alta do dólar.
O Ibovespa fechou aos 73.851 pts (-2,98%), acumulando -4,39% na semana, -3,78% no mês, -3,34% no ano e +16,91% em 12 meses. O volume financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 20,126 bilhões, sendo R$ 19,561 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
Na 2ª feira, 04,06, último dado disponível, houve entrada líquida de capital estrangeiro em R$ 19,454 milhões na bolsa. No mês de junho o saldo é negativo em R$ 2,053 bilhões, já no ano, o saldo registra saída líquida de R$ 6,065 bilhões no ano.
Agenda Econômica.
No Brasil, o IGP-DI acelerou de 0,93% em abril para 1,64% em maio – acima do consenso de 1,40%. Com o resultado, o índice passou a acumular alta de 3,91% em 2018 e elevação de 5,20% em 12 meses. No desdobramento do índice, o IPA-DI (atacado) registrou elevação de 2,35% em maio, ante alta de 1,26% em abril; o IPC-DI (varejo) subiu 0,41% em maio contra avanço de 0,34% em abril; e, por fim, o INCC-DI desacelerou a 0,23% em maio, frente a alta de 0,29% em abril.
Câmbio e CDS.
Mesmo ante uma atuação mais forte do Bacen na oferta de swaps, o dólar comercial (interbancário) voltou a pressionar o mercado de câmbio chegando a valer R$ 3,96 na máxima intradiária.
No exterior, a divisa se enfraqueceu ante as principais moedas e registrou comportamento misto ante as emergentes.
A moeda norte-americana teve leve arrefecimento durante a tarde e fechou cotada a R$ 3,9150 (+2,03%), no maior patamar desde março de 2016. A divisa acumulou +4,12% na semana, +4,90% no mês, +18,10% no ano e +19,58% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos escalou a 256 pts – voltando aos patamares de maio/17, ante 246 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular com forte alta nas taxas de curto e médio prazos, embora com certa distância das máximas do dia. Alguns contratos da seção curta tiveram as negociações travadas ao atingir o limite máximo de oscilação diário, e fecharam diminuindo sobremaneira a inclinação da curva.
Para sexta-feira.
No Brasil, serão divulgados os dados do varejo pelo IBGE. Nos EUA, destaque para a confiança do consumidor da Universidade de Michigan e para os índices de preços ligados ao comércio exterior.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 07.06.2018, elaborado por HAMILTON MOREIRAL ALVES, CNPI-T, e RICARDO VIEITES, CNPI, ambos integrantes do BB Investimentos