Diário de Mercado - 26 de julho 2018
Ibovespa realiza seguindo tendência externa e fecha abaixo dos 80 mil pts
Resumo.
O dia foi, simplesmente, de realizações de lucros. Após o índice doméstico ter acumulado alta de mais de 10% ao longo de julho, apoiado no firme ingresso de capital externo, os investidores optaram por embolsar os ganhos, acompanhando também a pressão vendedora nos índices S&P e Nasdaq em Nova York.
Externamente, as aparentes tréguas das guerras comerciais dos Estados Unidos versus a União Europeia e também contra China são favoráveis, mas, já estão precificadas.
Já o discurso hoje considerado ameno do presidente do BCE, Mario Draghi, trouxe valorização do dólar frente ao euro e este movimento repercutiu também sobre outras moedas pelo mundo.
Este comportamento no exterior da moeda norte-americana induziu uma desvalorização do real no mercado doméstico, que foi seguida por uma abertura (elevação) da curva da estrutura a termo da taxa de juros na ponta mais longa. O panorama eleitoral interno foi momentaneamente deixado de lado, mas deverá voltar em breve a fazer parte da tônica dos agentes no Brasil.
Ibovespa.
O índice principiou positivo, apoiado nas altas das principais blue chips. Todavia, a partir das 13h30 perdeu os 80 mil pts e decaiu, influenciado por perdas nas bolsas norte-americanas. O baixa foi contida pelas performances positivas de Vale e Ambev, por conta da aprovação pelo mercado de seus balanços divulgados hoje.
O Ibovespa fechou aos 79.405 pts (-1,01%), acumulando +1,06% na semana, +9,13% no mês, +3,93% no ano e +22,14% em 12 meses.
Capitais Externos na Bolsa
O volume financeiro preliminar da Bovespa em R$ 11,649 bilhões, sendo R$ 11,205 bilhões no mercado à vista. No dia 23 (último dado disponível), houve entrada líquida de R$ 38,388 milhões em capital estrangeiro na Bovespa, acumulando ingresso de R$ 5,063 bilhões em julho mas retirada de R$ 4,884 bilhões no ano.
Agenda Econômica.
No Brasil, o superávit em conta corrente totalizou US$ 435 milhões em junho, contabilizando déficit de US$ 3,586 bilhões no ano e saldo negativo de US$ 13,932 bilhões em 12 meses (0,70% do PIB). O investimento direto do País (IDP) somou US$ 6,533 bilhões em junho, acumulando US$ 29,878 bilhões no ano e US$ 64,642 bilhões em 12 meses (3,25% do PIB).
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) encerrou cotado a R$ 3,7460 (+1,13%), acumulando -0,79% na semana, -3,38% no mês, +13,00% no ano e +19,19% em 12 meses. O desempenho no dia esteve atrelado ao comportamento do dólar no mercado externo.
Juros.
Os juros futuros de prazo mais curto findaram com sinais diversos, mas, não distantes da estabilidade. Já a partir do DI jan/22, as taxas foram gradativamente subindo, espelhando o panorama externo.
Para sexta-feira.
No Brasil, destaques para o resultado primário do governo central e dados de crédito do BC. Nos EUA, ganham relevo a confiança do consumidor da Universidade de Michigan e, destacadamente, a prévia do PIB do 2T18.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 26.07.2018, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e HAMILTON MOREIRA ALVES, ambos integrantes do BB Investimentos.