AMBEV
2T18: resultados positivos impulsionados por maiores volumes e preços
A Ambev reportou resultados positivos no 2T18. Mesmo enfrentando a greve dos caminhoneiros no Brasil, os volumes cresceram 2,5% a/a, devido à demanda positiva no período da Copa do Mundo.
Portanto, e também reforçada pelo aumento dos preços médios, decorrente dos ajustes implementados no 2S17 e do desempenho positivo nas unidades internacionais, a receita atingiu R$ 11,5 bl, em linha com nossas estimativas e 3,5% acima do consenso.
Os custos foram beneficiados por um câmbio favorável no Brasil e LAS, como esperado, enquanto o SG&A teve um impacto negativo das maiores despesas de marketing relacionadas à Copa do Mundo.
Como resultado, o EBITDA foi de R$ 4,5 bl, em linha com nossas expectativas e 4% acima do consenso, e a margem EBITDA aumentou para 39,4%, de 38,4% no 2T17.
Neste trimestre, os resultados financeiros registraram um impacto negativo de perdas associadas a instrumentos derivativos, mas não o suficiente para afetar o bottom line, que apresentou lucro líquido de R$ 2,3 bl (+15% a/a).
Brasil.
A demanda no período da Copa do Mundo compensou totalmente a queda de 3% no volume resultante da greve dos caminhoneiros e permitiu à Cerveja Brasil mostrar um aumento de 1,7% a/a em volume, superando a indústria de acordo com a empresa.
Além disso, um aumento de 7,4% a/a nos preços também contribuiu para um crescimento de 9,2% a/a na receita que totalizou R$ 5 bl. O CPV/hl aumentou 3% a/a principalmente devido
(i) às pressões inflacionárias,
(ii) ao aumento dos preços das commodities e
(iii) ao maior peso das latas. Mesmo assim, dado o forte desempenho operacional, o EBITDA apresentou um crescimento significativo de 11% a/a e chegou a R$ 2,1 bl.
A margem EBITDA, por sua vez, ficou em 41,5%, um aumento de 70 bps a/a.
Destacamos como positivo o desempenho do NAB Brasil no trimestre.
Pela primeira vez tempos, o volume subiu um dígito, aumentando 1% a/a (bem acima de nossas expectativas), o que, combinado com um aumento de 9,2% a/a no preço, levou a receita para R$ 858 ml (+10% a/a).
A divisão também foi beneficiada pelo câmbio favorável e pelos menores preços do açúcar, o que contribuiu para uma redução de 8% a/a no CPV/hl e compensou as maiores despesas com marketing. Assim, o EBITDA totalizou R$ 334 ml (+44% a/a), enquanto a margem EBITDA aumentou significativamente de 29,7% para 38,9%.
Mantemos nosso Preço Alvo para Dez/18 em R$ 24/ação e reiteramos a recomendação Outperform. De fato,
(i) a Copa do Mundo junto com
(ii) as melhorias de execução da empresa e
(iii) os investimentos em marketing contribuíram fortemente para um desempenho de vendas robusto no trimestre.
Como resultado, estamos percebendo uma reação positiva do mercado de ações: a ABEV3 sobe cerca de 4% hoje e esperamos uma avaliação positiva contínua nos próximos pregões.
Ainda acreditamos em um cenário desafiador para a companhia no 2S18, uma vez que o ambiente macroeconômico no Brasil em relação à renda disponível e à taxa de desemprego não apresentou melhora significativa, limitando grandes avanços no consumo e no volume de vendas.
Por outro lado, seguindo o mesmo caminho do 2S17, esperamos que a empresa continue sendo assertiva em seu posicionamento de portfólio e na estratégia de precificação por meio de novos aumentos para sustentar o crescimento.
Assim, reiteramos a recomendação Outperfom para ABEV3, com Preço Alvo para Dez/18 de R$ 24/ação.
Unidades Internacionais.
CAC reportou resultados operacionais robustos no 2T18. Dada a sua primeira vez na Copa do Mundo, o Panamá contribuiu fortemente para o aumento de volume (+10% a/a) na região.
Como resultado, e considerando também um aumento de 11% a/a nos preços, a receita atingiu R$ 3,3 bl (+22% a/a). Assim, apesar das maiores despesas de marketing, o EBITDA cresceu substancialmente para R$ 548 (+2% a/a) e a margem EBITDA subiu para 39,8% (+150 p.p. a/a).
Seguindo a tendência de alta observada desde o 2T17, especialmente devido ao desempenho positivo na Argentina, LAS apresentou aumento de 15% a/a em receita, devido ao aumento de 5% a/a e de 9% em volume e preço, respectivamente. Portanto, apesar de maiores CPV/hl (+5% a/a) e SG&A (+13% a/a), o EBITDA cresceu 17% a/a para R$ 941 ml, induzindo a margem EBITDA para 39,3% de 38,7% no 2T17.
Ainda enfrentando um cenário difícil para a indústria de cerveja, o Canadá apresentou uma queda de 3% a/a no volume e a margem EBITDA contraiu 170 p.p., principalmente devido ao aumento de CPV/hl (+25% a/a).
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do desempenho da AMBEV no 2º trimestre/2018, elaborado por Luciana Carvalho Analista Sênior, do BB Investimentos