Diário de Mercado na 2ª feira, 30.07.2018
Ibovespa tem segunda alta seguida, apesar da cautela dos investidores
Resumo
A importante agenda econômica programada para o decorrer desta semana instaurou proeminente cautela entre os investidores estrangeiros, derrubando as bolsas pelo mundo, mas apenas limitando o segundo avanço consecutivo do Ibovespa. C
om a política monetária em pauta – decisões do BoJ, do Fed, do Banco da Inglaterra e do Copom iminentes – o pronunciamento do BoJ, na madrugada desta terça-feira, tem gerado alta expectativa aos agentes. Pondera-se que a possível elevação a 25 pbs (de 10 pbs) do limite superior de flutuação do título japonês de 10 anos deve alterar o fluxo de capitais, influenciando as curvas de juros dos principais mercados.
Ademais, os indicadores de emprego norte-americano na sexta-feira também diminuem a propensão a montagem de posições mais firmes pelos investidores, diminuindo o volume de negócios domesticamente. Por aqui, aguardam-se também prováveis sinais sobre as próximas decisões do Copom, dado que o mercado aposta firmemente na manutenção da Selic em sua mínima histórica nesta quarta-feira.
Ibovespa.
Destoando do desempenho ruim dos principais mercados acionários pelo mundo, o Ibovespa emplacou a segunda alta seguida. Em meio a temporada de balanços, o avanço do índice doméstico foi puxado pelas firmes altas de Santander, Itaú (que divulgará resultados após o presente pregão), Bradesco, Vale e Suzano. Na outra ponta, Embraer, CSN e Ambev lideraram as perdas.
O Ibovespa fechou aos 80.275 pts (+0,51%), acumulando alta de 10,32% no mês, 5,07% no ano e 22,56% em 12 meses. O volume financeiro preliminar mais fraco do Bovespa foi de R$ 7,180 bilhões, sendo R$ 7,417 bilhões no mercado à vista.
Capitais Estrangeiros na Bolsa
No dia 26 (último dado disponível), houve saída líquida de R$ 625,44 milhões em capital estrangeiro na Bovespa, diminuindo o saldo positivo de julho para R$ 4,376 bilhões. Em 2018, o déficit no saldo de capital estrangeiro se elevou a R$ 5,571 bilhões no ano.
Agenda Econômica.
No Brasil, o IGP-M variou 0,51% na passagem de junho para julho, desacelerando ante a leitura anterior (1,87%) – praticamente em linha com o consenso (+0,50%), indicando dissipação dos efeitos da greve dos caminhoneiros. Na comparação anual, o índice avançou 8,24%, contra 6,92% na leitura de junho – ligeiramente acima da projeção de 8,20%.
Já o setor público consolidado registrou déficit de 13,5 bilhões em junho, ante resultado negativo de R$ 8,2 bilhões em maio, melhor que o déficit de R$ 15 bilhões aguardado pelo mercado.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) registrou moderado avanço na sessão de hoje, contrariando enfraquecimento generalizado da divisa no exterior – o real teve o pior desempenho na cesta Bloomberg com as principais moedas, excetuando-se a lira turca.
A liquidez reduzida decorrente de importante agenda que se desdobrará durante a semana também favoreceu a alta na véspera do vencimento da Ptax de julho.
A moeda encerrou cotada a R$ 3,7170 (-0,77%), acumulando -1,56% na semana, -4,13% no mês, +12,13% no ano e +17,93% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil 5y se manteve em a 212 pts.
Juros.
O menor volume de negócios em razão da espera dos investidores pela pesada agenda da semana fez a curva dos juros futuros variar pouco durante a sessão. Todavia, a aceleração do dólar no fim do pregão puxou leve alta das taxas de longo prazo. Já os contratos das seções curta e intermediária encerraram praticamente estáveis
Para a semana.
A agenda econômica da presente semana tem enorme peso e será acompanhada de perto pelo mercado. No Brasil, dentre diversos importantes indicadores, destacam-se dados fiscais, a PNAD contínua e a Produção Industrial Mensal, além da decisão do Copom sobre a Selic na quarta-feira.
Nos EUA, PCE (núcleo) – inflação, deliberação sobre a taxa dos Fed Funds pelo Fomc e os dados do emprego como o ADP e o payroll (criação de vagas na economia). Ademais, serão divulgados os PMIs manufatura de Brasil, EUA, economias europeias, China e Japão.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 20.07.2018, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e RAFAEL FREDA REIS, CNPI-P, ambos integrantes do BB Investimentos.