BRADESCO - Resultado no 2º trimestre/2018
Bom conjunto de resultados, atualizando para Outperform
O resultado do Bradesco no 2T18 foi positivo conforme esperado. O lucro líquido ficou estritamente em linha com os nossos números e atingiu R$ 5.165 milhões decorrente de uma muito melhor qualidade dos ativos que a esperada.
Mencionamos que no relatório de resultado do trimestre anterior, que o 1T18 poderia ter marcado a entrada do Bradesco num novo ciclo econômico, com a carteira de crédito crescendo com maior qualidade e foi exatamente o que vimos no 2T18. Os destaques positivos foram:
(i) as despesas de provisão despencaram 11,7% t/t;
(ii) queda da inadimplência (47 bps t/t);
(iii) forte crescimento da carteira de crédito classificada (5,2% t/t); e
(iv) salto de 45% t/t nas receitas de seguros.
Pelo lado negativo, destacamos:
(i) o resultado financeiro (NII) fraco, apesar do crescimento da carteira de crédito; e
(ii) a taxa efetiva de imposto mais alta que a esperada.
Atualizamos nosso modelo para incorporar o novo guidance, aumentando o lucro líquido em 1,8% e 2,5% para 2018 e 2019, respectivamente.
Atual versus Estimado.
O resultado financeiro desabou 3,8% t/t, 7,0% abaixo das nossas estimativas devido a margem financeira (NIM) 50 bps abaixo da esperada. As despesas de provisão, principal destaque positivo do 2T18, despencaram 11,7% t/t e ficaram 19,7% abaixo das nossas projeções.
A receita de serviços, ficou 2,5% acima das nossas estimativas, destacando-se o bom desempenho das taxas de operações de crédito. Por fim, o lucro líquido ficou em R$ 5.161 milhões, estritamente em linha com as nossas projeções, enquanto o ROE permaneceu em 18,2%.
Perspectivas.
O banco apresentou um bom resultado, linha a linha com nossas projeções. Pelo segundo trimestre consecutivo, a queda do cost-of-risk e a melhor qualidade dos ativos foram os principais destaques positivos.
No comparativo anual, o cost-of-risk despencou impressionantes 200 bps, o que levou a uma revisão do guidance 2018 para as despesas de provisão. A antiga parte de baixo da range (R$ 16 bilhões) é agora o topo do novo guidance. No 1S18, o provisionamento de despesas totalizou R$ 7,3 bilhões e, mantendo esse ritmo de melhora, podemos esperar um valor mais próximo do piso do novo guidance.
Assim, atualizamos nossa avaliação, aumentando ligeiramente as expectativas de crescimento de carteira e melhorando o cost-of-risk, entretanto, esses efeitos positivos poderão ser parcialmente compensados por uma taxa efetiva de imposto mais alta.
Apesar desta revisão, mantemos nosso preço-alvo para 2018 em R$ 38,70 e atualizamos nossa recomendação para Outperform, devido ao interessante upside uma vez que as ações passaram por uma correção recente.
E, em nossa opinião, o Bradesco está navegando muito bem nesse novo ciclo de maior crescimento de crédito com qualidade. Além disso, vale a pena mencionar que, durante os períodos das eleições, as ações podem, muitas vezes, deixar de responder aos fundamentos momentaneamente, apesar de nossa atual visão positiva para a companhia.
Confira no anexo a íntegra do relatóriod e análise dos resultados apresentados pelo BRADESCO no 2º trimestre/2018, elaborados por KAMIA OLIVEIRA, Analista, e CARLOS DALTOZO, Analista Senior, ambos intehrantes do BB Investimentos