BB-BI - BR DISTRIBUIDORA
Resultados no 2º Trimestre de 2018
Números fracos oriundos dos impactos da greve dos caminhoneiros
5ª feira, 02.08.2018
A BR Distribuidora divulgou na 4ª feira, 01.08, seus resultados do 2T18 com menores volumes (-4,2% ano/ano) e menores margens (bruta e EBITDA). As despesas operacionais aumentaram 9,1% aa, afetadas por
(i) provisões não recorrentes (bonificações e perdas de crédito),
(ii) aumento de fretes e
(iii) maiores despesas gerais e com pessoal.
Do lado positivo, destacamos a robusta geração de caixa e a redução de 6% na relação Dívida Líquida, que atingiu 1,0x ND/EBITDA (-0,1x trimestre/trimestre), auxiliada pelo recebimento dos recebíveis da Eletrobras (R$ 304 milhões).
Varejo.
A BR registrou um menor volume de vendas (-3% aa), principalmente devido aos menores volumes de ciclo (-5% aa). Apesar do aumento da receita líquida (+ 21% ano/ano), a margem bruta caiu 3% aa e 21% trimestre/trimestre, afetada por perdas de estoque relacionadas à greve dos caminhoneiros, margens menores e pior mix (mais etanol em vendas). O impacto da greve nos estoques, segundo a empresa, chegou a R$ 110 milhões.
O destaque negativo é a queda na margem EBITDA para R$ 58/m3, -10% aa, decorrente das margens de comercialização mais baixas e maiores SG & A (+ 6% ano/ano).
Grandes consumidores.
Neste segmento, o volume de vendas caiu 9% ano/ano com base na redução nas vendas de diesel e no menor despacho das usinas termelétricas. O lucro bruto caiu 25% ano/ano, afetado por menores vendas de margem, perdas de estoque e vendas inferiores de diesel e óleo combustível para usinas termelétricas. O impacto da greve nos estoques, segundo a empresa, atingiu R$ 90 milhões, comprimindo a margem EBITDA para R$ 33/m³, -47% ano/ano.
Aviação.
Mais uma vez, esse segmento foi o destaque positivo nos resultados da empresa. Com um aumento de 7% no volume de vendas e um aumento de 53% aa no lucro bruto, a empresa apresentou uma margem EBITDA de R$ 129/m³, +135% ano/ano. Por trás desses números, houve crescimento das margens, devido ao reajuste de contratos e câmbio favorável.
Outras.
Apesar da queda de 7% ano/ano nos volumes vendidos, a receita líquida aumentou 10,6% ano/ano. O lucro bruto disparou 46% ano/ano, devido à maior margem do coque verde de petróleo, resultando em uma margem bruta de 16,8%, +410 pp ano/ano.
As despesas com vendas, gerais e administrativas diminuíram 4,6% aa, em conjunto com as maiores margens, levando a um aumento de 115% no EBITDA.
Opinião do analista.
A BR apresentou números fracos no 2T, apesar dos números robustos nos segmentos de Aviação e Outros. O impacto da greve totalizou R$ 200 milhões no consolidado (relacionado a perdas com estoques, devido à redução de R$ 0,46/ litro nos preços do diesel), além de menor volume de vendas e maiores custos.
A queda na margem EBITDA nos segmentos de Varejo e Grandes clientes pode levar os investidores a questionarem a recorrência desses níveis de margem à frente, especialmente no contexto atual de maior competição no segmento.
Market Perform. Por enquanto, mantemos a recomendação do Market Perform e o Preço Alvo/2018 de R$ 23,00.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do desempenho da BR DISTRIBUIDORA no 2º trimestre/2018, elaborado por DANIEL COBUCCI, CNPI, Analista Senior, do BB Investimentos.
Tradução: Redação do Jornal Franquia.