Diário de Mercado na 3ª feira 14.08.2018
Alívio na crise turca reconstrói posicionamento em ativos domésticos
Comentário.
A crise na Turquia teve um arrefecimento nesta 3ª feira, dada a expectativa de algum alívio de curto prazo direcionado por alianças empresariais no país, que pressionam o governo por atitudes que possibilitem a estabilidade inflacionária, além de medidas diplomáticas capazes de atenuar as pressões comerciais com os EUA.
O clima de retração na aversão ao risco possibilitou à maior parte das bolsas mundiais operarem no positivo, em especial no tocante a economias emergentes, a despeito de dados fracos de vendas no varejo e produção industrial da China divulgados na madrugada anterior.
No Brasil, o Ibovespa avançou firme pelo segundo pregão consecutivo, e o dólar, apesar de recuar ante o real, permaneceu no foco, já que a volatilidade cambial se mantém devido à sensibilidade com a crise turca, em uma sessão em que a lira escalou mais de 7% ante o dólar. Ainda por aqui, os juros futuros também embutiram a melhoria do clima no exterior e recuaram em sua predominância.
Ibovespa.
Na sessão que antecede vencimento de contratos futuros do Ibovespa e de opções sobre o índice, o arrefecimento da aversão ao risco advindo do exterior permitiu vigorosa escalada dos ativos.
A alta se deu em praticamente todos os setores, mas o destaque ficou com o financeiro e o siderúrgico, além da Vale, tendo a Petrobras como contraponto, rondando a estabilidade.
O Ibovespa fechou aos 78.602 pts (+1,43%), recuando ainda 0,78% no mês, mas avançando 2,88% em 2018 e 15,11% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 8,65 bilhões, sendo R$ 8,40 bilhões no mercado à vista.
Agenda Econômica.
No Brasil, o volume do setor de serviços em junho (IBGE) avançou 6,6% em junho, na série com ajuste sazonal, recuperando-se do tombo de 5% registrado em maio por conta da greve dos caminhoneiros. No comparativo anual, a alta de 0,9% ante junho do ano passado surpreendeu o mercado ao vir acima da mediana das projeções dos analistas (-0,4%), e inverter a leitura de maio contra o mesmo mês de 2017 (-3,8%).
Câmbio e CDS.
A sessão foi de majoritária correção nos mercados de moedas globais, que operam sensíveis à crise turca, tendo a lira observado a maior oscilação perante o dólar, acima de 7%.
Perante o real, a moeda norte-americana recuou, mas apenas moderadamente, encerrando cotada a R$ 3,8660 (-0,92%), acumulando alta de 2,98% em agosto, 16,84% em 2018 e de 21,34% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos recuou a 238 pts, ante 252 pts da véspera, 13.08.
Juros.
Com dinâmica semelhante à do câmbio, os juros futuros recuaram na esteira da melhora do humor externo. À tarde, o movimento se intensificou, especialmente na seção intermediária da estrutura a termo da curva de juros, que concentra os vencimentos mais líquidos.
Para a semana.
No Brasil, dados de inflação como IGP-10 e IPC-S (FGV), e o grande destaque, a atividade econômica pelo IBC-BR (Bacen).
No exterior, nos EUA, vendas no varejo, produção industrial, e confiança pela Universidade de Michigan.
Confira no anexo o relatório de análise do comportamento do mercado na 3ª feira, 14.08.2018, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e RAFAEL REIS, CNPI-P, ambos integrantes do BB Investimentos