Diário de Mercado na 4ª feira, 15.08.2018
Tensões comerciais voltam a pressionar ativos pelo mundo
Ibovespa caiu 1,94% a 77.077pts; Dólar subiu 0,91% a R$3,897
Comentário.
A retaliação do governo turco elevando tarifas de produtos norte-americanos em resposta às recentes medidas protecionistas do governo Trump elevou sobremaneira a aversão ao risco entre os investidores.
A queda nos preços das commodities e o sinal vermelho em relação às incertezas que rondam também a Itália compuseram o desfavorável cenário desta 4ª feira para os mercados acionários.
A consequente cautela derrubou as bolsas pelo mundo e quase apagaram os firmes ganhos do Ibovespa nos primeiros dois pregões da semana.
O mercado de câmbio também foi afetado e o dólar voltou a encostar nos R$ 3,90, ainda que distante da máxima do dia. Já os juros futuros encerraram praticamente no mesmo patamar da véspera, desacelerando firme alta observada durante a sessão.
Ibovespa.
Em dia de vencimento de índice futuro, o Ibovespa encerrou com firme queda, puxado, principalmente, por Vale e Petrobras, que recuaram mais de 4% na sessão. Na outra ponta BB Seguridade e JBS avançaram.
O Ibovespa fechou aos 77.077 pts (-1,94%), recuando ainda 2,70% no mês, mas avançando 0,88% em 2018 e 12,76% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 17,68 bilhões, sendo R$ 17,27 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 9 (último dado disponível), houve saída líquida de R$ 52,371 milhões em capital estrangeiro da bolsa, diminuindo o saldo positivo de agosto para R$ 602,477 milhões.
Em 2018, o saldo ainda é negativo em R$ 5,56 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o Bacen divulgou o número de junho do indicador considerado proxy mensal do PIB, o IBC-Br. O índice avançou 3,29%, com ajuste sazonal, ligeiramente acima da projeção (+3,20%), muito em razão da fraca base de maio, -3,28% – impacto da greve dos caminhoneiros. Na comparação com jun/17, o índice subiu 1,82%.
Já o IGP-10 arrefeceu variando 0,51% em agosto, ante avanço de 0,93% em julho – abaixo do consenso (+0,60%). Na comparação anual, o índice registra alta de 8,78%.
Câmbio e CDS.
As tensões no tocante ao comércio internacional voltaram a contaminar o mercado de câmbio mundo afora, com o dólar se fortalecendo ante a maior parte das principais moedas, especialmente perante as emergentes.
Por aqui, o dólar chegou a valer R$ 3,92 em sua máxima, mas arrefeceu ao final do pregão e encerrou cotada a R$ 3,8970 (+0,91%), acumulando alta de 3,78% em agosto, 17,56% em 2018 e de 22,78% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos subiu a 241 pts, ante 238 pts da véspera.
Juros.
Embora tenham operado em alta durante a maior parte da sessão – seguindo a escalada do dólar e das tensões em relação ao comércio internacional – os juros futuros encerraram a sessão regular praticamente estáveis.
Fechando a semana.
No Brasil, serão divulgados os índices de preços ao consumidor semanais da FGV e da Fipe, além da 2ª prévia do IGP-M de agosto, que deve trazer nova aceleração.
Na mesma linha, o IPC da zona do euro será apresentado na sexta-feira. Já nos EUA, estarão no radar dos investidores os dados do seguro-desemprego e do setor imobiliário norte-americano, bem como a confiança do consumidor da Universidade de Michigan, que encerra a semana por lá.
Confira no anexo a íntegra do relatorio de análise do comportamento do mercado na 4ª feira 15.08.2018 elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e RAFAEL REIS, CNPI-P, ambos do BB Investimentos