Diário de Mercado na 5ª feira, 04.10.2018
Ibovespa recua moderadamente após pregões de euforia
Comentário.
Após avançar quase 6% em dois dias, o Ibovespa teve leve recuo (-0,38%), recuperando-se de queda maior (-1,7% na mínima) pela qual passou por boa parte da sessão.
Além dos maus ventos vindos do exterior, com elevação da aversão ao risco, o cenário político doméstico seguiu ditando o desempenho do índice, com a forte queda durante boa parte do dia refletindo a pesquisa para Presidente da República do Ibope da noite passada.
Obviamente, foi também um motivo para a natural realização de lucros depois das fortes altas dos dias anteriores. A recuperação do índice ocorreu influenciada por boatos que antecipavam a pesquisa Datafolha a ser divulgada nesta noite. No mercado de câmbio, o dólar subia fortemente, mas encerrou estável, já os juros futuros recuaram na maior parte da estrutura a termo da curva.
Ibovespa.
O índice doméstico chegou a cair 1,7% na mínima do dia, mas se recuperou durante a tarde, encerrando com leve recuo, navegando ainda ao sabor do noticiário político. Eletrobrás, Banco do Brasil e Petrobras tiveram forte avanço, suavizando a queda do Ibovespa. Na outra ponta, Suzano, Embraer e Vale contribuíram negativamente para o desempenho do índice.
O Ibovespa fechou aos 82.952 pts (-0,38%), acumulando alta de 4,55% no mês, de 8,57% no ano e de 8,31% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 13,667 bilhões, sendo cerca de R$ 12,945 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 2 (último dado disponível), houve entrada líquida de R$ 317,360 milhões em capital estrangeiro na bolsa, acumulando saldo positivo de R$ 158,208 milhões em outubro. Em 2018, há superávit de capital estrangeiro de R$ 452,807 milhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, a produção de veículos em setembro, conforme dados da Anfavea, caiu 7,8% em relação ao mês de agosto, na série com ajuste sazonal. Já na comparação interanual, a produção avançou 4,3%. No acumulado do ano até setembro, a produção cresce 10,5% frente igual período do ano passado.
A exportações também registraram forte recuo em setembro, queda de 24,8% na comparação com o mesmo mês de 2017 – o resultado ruim reflete a crise Argentina, nosso principal parceiro comercial no setor.
Câmbio e CDS.
Após três quedas consecutivas, o dólar comercial (interbancário) navegou em alta na maior parte da sessão, chegando a valer R$ 3,9350 na máxima intradiária. Arrefeceu, entretanto, na parte final, encerrando praticamente estável, ao passo que, no exterior, se fortaleceu ante as moedas dos emergentes, como a lira turca e o peso argentino.
A moeda findou cotada a R$ 3,8830 (+0,08%), acumulando queda de 4,12% na semana e no mês, já no ano, a divisa acumula ganhos de 17,13% no ano e de 23,98% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos subiu para 247 pts, ante 246 pts da véspera.
Juros.
Embora tenham operado em alta durante todo o dia, os juros futuros encerraram a sessão regular em baixa, especialmente nas seções de médio e longo prazo, que fecharam nas mínimas. A reversão da alta se deu em linha com o arrefecimento do dólar.
Para a sexta-feira.
Destaque para a inflação doméstica medida pelo IPCA, a ser divulgada amanhã (05), dia que também reserva a tradicional bateria de dados do mercado de trabalho norte-americano, se sobressaindo a criação de vagas na economia (payroll).
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 04.10.2018, elaborado por HAMILTON ALVES, CNPI-T, e RICARDO VIETES, CNPI, ambos integrantes do BB Investimentos