Diário de Mercado na 2ª feira, 08.10.2018
Ibovespa dispara com percepção favorável dos investidores
Comentário.
O índice brasileiro “subiu com força”, em mais um dia de recorde de volume e de negócios na bolsa brasileira, com perceptível ingresso de capital estrangeiro. Em suma, os investidores, que já vinham otimistas, se agradaram ainda mais do resultado do primeiro turno da eleição no Brasil e foram às compras.
Vale lembrar que hoje as bolsas de Nova York fecharam com sinais divergentes, em dia de liquidez reduzida por conta do feriado do “Dia de Colombo”. O dólar já abriu em queda e encerrou com significativa baixa no mercado doméstico, assim como a curva da estrutura.
Ibovespa.
O índice já abriu em ascensão, com a euforia tomando conta dos agentes, e em cerca de 20 minutos atingiu a máxima do dia, suplantando os 87 mil pts.
A partir daí, perdeu um pouco de forças com realizações, mas, impulsionada pelos históricos volume e negócios recordes, a trajetória tornou a escalar na hora e meia final, garantindo um fechamento superior aos 86 mil pts.
Além da Gol e da Cyrela, as empresas estatais (Banco do Brasil, Petrobras e Eletrobrás) registraram firmes altas. Companhias do setor de bancos e de varejo também têm denotado performance de realce no mês.
O Ibovespa fechou aos 86.083 pts (+4,57%), acumulando alta de +8,50% no mês, +12,67% no ano e +13,19% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 28,885 bilhões, sendo cerca de R$ 27,912 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 4 (último dado disponível), houve saída líquida de R$ 27,089 milhões em capital estrangeiro na bolsa, mas outubro ainda acumula saldo positivo de R$ 739,845 milhões. Em 2018, há entrada líquida de R$ 1,034 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o IGP-DI da FGV acelerou de 0,68% em setembro para 1,79% em outubro – bem acima do consenso de 1,62%. Com o resultado, o índice acumulou alta de 8,54% em 2018 e de 10,33% em 12 meses. No desdobramento do IGP-DI, o IPA (atacado) avançou 2,54% em setembro, frente variação de 0,99% em agosto.
Já o IPC acelerou de 0,07% em agosto para 0,45% em setembro. Por fim, o INCC passou de 0,15% em agosto para 0,23% em setembro.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) abriu em queda firme, registrando a mínima intradiária nos primeiros minutos da sessão, quando chegou a valer R$ 3,7130 (-3,71%). A divisa até recuperou parte das perdas, mas encerrou com forte recuo de 2,41%.
No exterior, o dólar se fortaleceu ante a maioria das principais moedas, mas perdeu valor frente algumas moedas emergentes como a lira turca e peso argentino, com o real liderando os ganhos contra a divisa norte-americana.
A moeda findou cotada a R$ 3,7630 (-2,41%), acumulando queda de 7,09% na semana e no mês, já no ano, a divisa acumula ganhos de 13,51% e de 19,20% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos registrou forte queda a 229 pts, ante 246 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular com recuos acentuados em quase toda a estrutura a termo, especialmente nos contratos de médio e longo prazo.
O movimento foi reflexo, principalmente, do resultado do primeiro turno das eleições, bem como da firme queda do dólar. As taxas dos DIs para janeiro de 2024 e 2025 recuaram mais de 60 pontos base ao final da sessão.
Para a semana.
No Brasil, destaque para os dados do varejo do IBGE na 5ª feira, 12.10. No exterior, ganham relevo a produção industrial da França e Reino Unido (ambas no dia 10). Ademais, a inflação ao consumidor norte-americano e a balança comercial chinesa na quinta-feira (10), estarão no radar dos investidores.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 08.10.2018, elaborado por HAMILTON ALVES, CNPI-T, e RICARDO VIEITES, CNPI, ambos integrantes do BB Investimentos.