Diário de Mercado na 3ª feira, 30.10.2018
Alívio no exterior e noticiário doméstico impulsionam Ibovespa
Comentário.
Após duas sessões de queda generalizada no exterior, os mercados acionários de Nova York lideraram os ganhos nesta terça-feira, avançando mais de 1,5%. O ambiente externo benigno, somado ao noticiário político local – repleto de sinalizações dos representantes do governo eleito em direção ao andamento da agenda de reformas – impulsionaram o desempenho do Ibovespa.
À vista disso, o índice fechou com forte alta de 3,69%, aos 86.885 pts, praticamente na máxima intradiária. Importante ressaltar o saldo negativo de capital estrangeiro da bolsa em outubro, que registra déficit de mais de 6 bilhões até dia 26, o que evidencia robusto volume de compras domésticas, principalmente de fundos multimercados, segundo agentes.
Nos mercados de câmbio e juros, a volatilidade se fez presente, mas a caminho do fim, tanto o dólar como os principais contratos da curva se firmaram em moderado recuo.
Ibovespa.
O índice acumulou ganhos durante toda a sessão, apoiado em um ambiente externo mais favorável e doméstico com noticiário político positivo sob a ótica dos agentes. Apenas 8 das 65 ações que compõe o índice recuaram, em sua maioria com alta correlação com o câmbio. Petrobras e o setor de bancos lideraram na outra ponta, com fortes avanços.
O Ibovespa fechou aos 86.885 pts (+3,69%), acumulando alta 9,51% no mês, 13,72% no ano e de 16,16% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 20,1 bilhões, sendo cerca de R$ 19,4 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 26 (último dado disponível), houve retirada líquida de capital estrangeiro em R$ 1,48 bilhão da bolsa, aprofundando o saldo negativo em outubro para R$ 6,0 bilhões. Em 2018, o saldo de capital estrangeiro é negativo em R$ 5,7 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil o IGP-M desacelerou em outubro, registrando variação de 0,89%, ante alta de 1,52% no mês de setembro, segundo os dados da FGV. O índice acumulado em 12 meses registra uma alta de 10,79%. Já segundo o IBGE, houve recuo na taxa nacional de desemprego, que passou de 12,4% (abr-mai-jun) para 11,9% (jul-ago-set) – em linha com a mediana Bloomberg (11,9%).
Câmbio e CDS.
Em sessão de presente volatilidade, o dólar comercial (interbancário) encerrou com ligeiro recuo. No exterior, a divisa norte-americana apresentou comportamento misto em uma cesta Bloomberg das principais moedas – real entre os melhores desempenhos do dia.
O dólar encerrou a sessão cotado a R$ 3,6930 (-0,22%). Acumulando queda de 8,81% no mês, já no ano, a divisa acumula ganhos de 11,40% e de 12,35% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos caiu a 205 pts, ante 210 da véspera.
Juros.
Os juros futuros voltaram a fechar a sessão regular em queda. Com exterior benigno e noticiário político positivo aos olhos dos agentes, as taxas abandonaram a volatilidade observada durante a manhã e firmaram recuo no final da sessão, especialmente nos vértices de curto e médio prazo. A taxa do DI para janeiro de 2020 fechou na mínima de 7,19% ante 7,29% da última sessão. Já o DI para janeiro de 2025 caiu de 9,89% para 9,78%.
Para a semana.
Na 4ª feira, 31.10, em nova reunião do Copom, há consenso entre os economistas pela manutenção da Selic, e, fechando a semana por aqui, na quinta-feira, o IBGE divulgará a Produção Industrial de setembro.
Nos EUA, ganham relevo o ADP (empregos no setor privado) e de elevada importância, o payroll na 6ª feira, 02.11. Por fim, os PMIs Manufatura são também destaque com os números finais para outubro de China, EUA e Alemanha.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 3ª feira, 30.10.2018, elaborado por HAMILTON ALVES, CNPI-T, e RICARDO VIEITES, CNPI, ambos integrantes do BB Investimentos.