Diário de Mercado na 6ª feira, 09.11.2018
Mesmo com pressão negativa do exterior, bolsa encerra estável
Comentário.
A volatilidade marcou a sessão para os ativos domésticos nesta sexta-feira. Não obstante, embora operando em terreno negativo em boa parte do dia pressionados pela aversão ao risco no exterior e pelas negativas bolsas de Nova York, Ibovespa e real se recuperaram a caminho do encerramento.
O Ibovespa fechou estável (+0,02%), evitando o que seria a 4ª queda consecutiva, mas acumulando recuo de 3,14% na semana – ainda acima dos 85 mil pts. Já o dólar recuou no mercado doméstico, na contramão do desempenho forte no exterior, encerrando cotado a R$ 3,7380 (-0,24%).
No mercado de juros, as taxas tiveram desempenho misto, arrefecimento no curto e médio prazos e moderada elevação na ponta longa.
Ibovespa.
Em sessão marcada pela volatilidade e queda majoritária dos papéis na maior parte do pregão, o principal índice doméstico recuperou-se no fim, encerrando estável. A reversão ocorreu alicerçada no avanço do setor bancário, de grande peso no índice. Já na outra ponta, Vale, Cielo e JBS registraram firme recuo.
O Ibovespa encerrou aos 85.641 pts (0,02%), acumulando recuo de 3,14% na semana, -2,04% no mês e alta de 12,09% no ano e 17,43% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 15,8 bilhões, sendo 15,2 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 07 (último dado disponível), houve ingresso líquido de capital estrangeiro em R$ 166 milhões da bolsa, diminuindo o saldo negativo em novembro para R$ 1,04 bilhão. Em 2018, o saldo de capital estrangeiro é deficitário em R$ 7,12 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil o IGP-M registrou deflação de 0,11% na primeira prévia de novembro, em comparação a alta de 1,06% do mês anterior – melhor que o consenso de 0,01%. A última vez que o índice havia recuado foi na primeira prévia de novembro de 2017, quando ocorreu variação negativa de 0,02%, segundo dados da FGV.
Nos EUA, a prévia do índice que mede a confiança do consumidor da Univ. de Michigan recuou de 98.6 pts para 98.3 pts, ligeiramente melhor que a projeção em 98.0 pts.
Câmbio e CDS.
Em dia de dólar forte no exterior em decorrência de elevação na aversão ao risco, e alta volatilidade internamente, a divisa teve ganhos revertidos no fim da sessão, encerrando com ligeira queda.
O dólar comercial (interbancário) findou cotado em R$ 3,7380 (-0,24%). Acumulando uma alta de 0,27% no mês, já no ano, a divisa acumula ganhos de 12,76% e de 14,70% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos subiu para 201 pts ante 198 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros de médio e curto prazo encerraram a sessão regular em queda, já os juros de longo prazo fecharam em alta moderada. A leve inclinação da curva foi puxada pelo cenário positivo da manutenção da Selic e pelo bom panorama inflacionário para o fim de ano.
O DI para janeiro de 2020 encerrou em 7,12% ante 7,17% ontem. O DI para janeiro de 2021 caiu de 8,22% para 8,16%. O DI para janeiro de 2023 fechou em 9,47% em relação a 9,44% da última sessão. Já o DI para janeiro de 2025 passou de 10,02% para 10,07% hoje.
Para semana que vem.
No Brasil, têm maior relevo os dados do varejo (IBGE) na 3ª feira, 13.11, e serviços (IBGE) na quarta (14), ambos com referência ao mês de setembro. Ainda na quarta-feira, haverá a divulgação do IGP-10, que deve apresentar arrefecimento e, fechando a semana, na 6ª feira, 16.11, o IBC-Br (Bacen), considerado uma proxy do PIB.
No exterior, estarão no radar dos agentes a inflação ao consumidor da Alemanha (13), França (14) e zona do euro (16), além do PIB alemão e do agregado – ambos na 4ª feira 14.11.
Já nos EUA, têm destaque o IPC na quarta, dados do varejo na 5ª feira, 15.11, e a produção industrial na sexta-feira.
Confira no anexo a integra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 09.11.2018, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RICARDO VIEITES, CNPI, ambos integrantes do BB Investimentos.