Em entrevista concedida ao jornalista Roberto D´Ávila, da Globo News, Ciro Gomes afirmou neste sábado, 10.11, que as declarações feitas por Bolsonaro e Paulo Guedes sobre política externa, em apenas nove dias, são desastrosas para o Brasil.
“Cada declaração mais escandalosa e inábil do que as outras”,
afirmou.
“Paulo Guedes abriu três conflitos desnecessários. Com o Mercosul, uma declaração de que o bloco não é prioridade. Com a China, os ridículos acenos à ilha de Taiwan fizeram Bolsonaro tomar um editorial de alerta do jornal informal do governo chinês. E esses são nada mais do que o primeiro e o terceiro parceiros comerciais do Brasil. E, por fim, uma declaração boba da mudança da embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém”.
Sobre a mudança da embaixada brasileira para Jerusalém, Ciro refere-se à retaliação que certamente os países árabes passarão a dirigir ao Brasil, grupo de países que são destino importante das exportações brasileiras e com os quais o Brasil tem relações comerciais e culturais amistosas e intensas.
Nota da Redação JF: Batatada Egípcia de Bolsonaro e Paulo Guedes
O governo egípcio manifestou-se contundentemente cancelando de última hora, em 05.11, encontro com Aloísio Nunes, ministro das Relações Exteriores do Brasil, que aconteceria no período de 08. a 11.11, no Cairo, acompanhado de comitiva de 20 empresários brasileiros, sob alegação de falta de agenda para o encontro.
A reação do governo do Egito é particularmente importante porque trata-se de um país de atuação moderada no universo das relações árabe-israelenses. E que por isso demonstra que a reação dos demais países árabes poderá ser ainda mais dura contra o Brasil.
Os países árabes são grande importadores de produtos brasileiros, notadamente de produtos agropecuários, como frango por exemplo. São também tradicionais importadores de produtos bélicos do Brasil.
Não será impossível que essa movimentação abranja a ação retaliatória de grupos armados contra instalações brasileiras no exterior ou, mesmo, ação armada em território brasileiro.
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China
No caso do atrito diplomático com a China, o governo chinês manifestou-se contundentemente contra Bolsonaro, em editorial em seu jornal portavoz informal, o China Daily, afirmando "Não há razões para o 'Trump Tropical' romper relações com a China".
Diante do conflito diplomático iminente com nosso principal parceiro comercial em todo o Planeta, comitiva da FIESP apressou-se a dirigir-se à China nesta última semana, sendo recebida em jantar pelo próprio presidente chinês Xi Jinping, no domingo passado, 04.11. Como se trata de questão crítica que aflige suas relações com o novo governo, a FIESP até o momento presente não emitiu informações à imprensa a respeito.
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