Diário do Mercado na 4ª feira 28.11.2018
Discurso brando do Presidente do Fed impulsiona ativos na bolsa
Comentário.
O mercado financeiro doméstico na quarta-feira oscilou ao sabor do noticiário interno no âmbito político, e externo com dados dos Estados unidos, com maior impacto visto por conta dos últimos.
Pela manhã, a divulgação do PIB norte-americano do 3º tri, bem como das revisões dos trimestres anteriores evidenciou certo arrefecimento na dinâmica expansionista, e também do núcleo das despesas pessoais, apontando para um tom mais brando no discurso do presidente do Fed Jerome Powell, que aconteceria à tarde, o que veio a se confirmar.
O tom do Chairman, sinalizando que a taxa de juros dos EUA está “logo abaixo” do patamar neutro foi considerado “dovish”, e suas palavras impulsionaram os mercados mundo afora.
No Brasil, o cenário político permaneceu predominando com mais nomes do futuro governo sendo revelados, mas com impacto limitado. O Ibovespa, a exemplo da véspera encontrou espaço para mais uma alta, enquanto o dólar e os juros futuros cederam, refletindo a melhoria do clima trazido pela dinâmica de juros nos EUA.
Ibovespa.
O índice doméstico abriu em alta sustentado pelo bom desempenho das bolsas de Nova York. Ao longo da manhã o índice passou a reduzir o ganho, operando de forma volátil, cenário que se reverteu no meio da tarde, após a fala do presidente do FED, Jerome Powell, que imprimiu apetite ao risco nas bolsas.
O Ibovespa fechou aos 89.250 pts (+1,55%, acumulando alta de 2,09% em novembro, 16,82% no ano e de 20,09% em 12 meses). O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 14,355 bilhões, sendo R$ 13,846 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 26 (último dado disponível), houve retirada líquida de capital estrangeiro em R$ 53,161 milhões da bolsa, aprofundando o saldo negativo de novembro para R$ 4,132 bilhões. Em 2018, o saldo de capital estrangeiro é deficitário em R$ 10,042 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o IPP recuou 0,84% em outubro frente a alta de 2,91% no mês anterior, registrando 14,09%. No ano o índice acumula uma alta de 13,04% e de 15,12% em 12 meses. A taxa de inadimplência das famílias encerrou outubro com queda 0,1 ponto percentual, fechando em 4,9%.
Nos EUA, o PIB registrou um crescimento de 3,5% no terceiro trimestre. Mantendo o ritmo de crescimento da economia norte americana, dentro das expectativas das projeções. Já os gastos do consumidor – que representa mais de dois terços do PIB - passou de 4,0% (período entre abril e junho) para 3,6% nesse trimestre.
Câmbio e CDS.
As declarações de Powell também tiveram efeito no câmbio, causando a queda da divisa norte americana frente ao real. O dólar comercial (interbancário) findou cotado em R$3,8370 (-0,93%), acumulando uma alta de 2,92% no mês, de 15,75% no ano e de 19,42% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos recuou para 214 pts ante 222 pts da véspera.
Juros.
Após a fala do presidente do FED as taxas de juros futuros iniciaram um movimento de queda, principalmente nos vencimentos de longos e intermediários.
O DI para janeiro de 2020 finalizou em 6,94% ante 7,01% de ontem. O DI para janeiro de 2021 saiu de 8,00% para 7,91%. O DI para janeiro de 2023 fechou em 9,12% frente 9,24% de ontem. O DI para janeiro de 2025 caiu de 9,77% para 9,67% hoje.
Para a semana.
No Brasil: IGP-M, PNAD contínua (emprego), resultado primário/nominal do setor público e PIB. China: PMI manufatura. Zona do euro: IPC alemão, francês e do grupo, PIB francês e taxa de desemprego da zona do euro.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 28.11.2018, elaborado por RAFAEL REIS, CNPI-P, e RICARDO VIEITES, CNPI, ambos integrantes do BB Investimentos