DIário do Mercado na 2ª feira, 03.12.2018
Trégua em guerra comercial favorece novo recorde do Ibovespa
Comentário.
Os mercados acionários pelo mundo registraram forte alta pela manhã em resposta ao acordo entre EUA e China que impõe uma trégua temporária à guerra comercial.
O reflexo, por aqui, traduziu-se em pontuação recorde intradiária do Ibovespa nos minutos iniciais do pregão, superando os 91 mil pts (+1,94%). A euforia se dissipou durante a sessão, não obstante, o Ibovespa encerrou com modesta alta de 0,35%, registrando novo recorde histórico de fechamento, aos 89.820 pts.
Já o dólar fechou cotado a R$ 3,8400 (-0,47%), acompanhando movimento global de enfraquecimento da divisa na presente sessão.
No mercado de juros, houve recuo nas taxas de curto prazo e estabilidade nos contratos de médio e longo prazos.
Ibovespa.
O principal índice doméstico abriu o primeiro pregão de dezembro com forte alta e bateu a máxima do dia ainda nos primeiros minutos, aos 91.242 pts – pontuação recorde intradiária, avançando quase 2%.
Deixando de acompanhar certa euforia internacional ante trégua na guerra comercial entre EUA e China, o Ibovespa renunciou a maior parte dos ganhos e encerrou com alta modesta. Vale e Petrobras lideraram os ganhos, ao passo que o setor de bancos recuou.
O Ibovespa encerrou aos 89.820 pts (+0,35%), acumulando alta de 17,56% no ano e de 24,29% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 17,9 bilhões, sendo R$ 17,4 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 29 (último dado disponível), houve entrada líquida de capital estrangeiro em R$ 658 milhões da bolsa, reduzindo o saldo negativo de novembro para R$ 3,099 bilhões. Em 2018, o saldo de capital estrangeiro é deficitário em R$ 9,008 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, dados do IPC-S apresentaram uma queda de 0,17% no encerramento do mês de novembro. No ano, o índice acumula uma alta de 4,02% e de 4,24% em 12 meses.
Entre as classes que compõe o índice, Transportes obteve o maior decréscimo passando de -0,01% para -0,57%, fortemente impactado pelo preço da gasolina que retraiu de -1,33% para -2,90%.
Já o PMI da indústria brasileira atingiu o maior nível em 8 meses, segundo dados da Markit, passando de 51,1 em outubro para 52,7 em novembro.
Nos EUA, o PMI da indústria passou de 55,4 em outubro para 55,3 em novembro, apresentando ligeiro recuo. Contrapondo os dados do ISM, que mostrou que a economia norte americana manteve o avanço pelo 115° mês, o índice foi de 59,3 em novembro, ante 57,7 no mês de outubro.
Câmbio e CDS.
Após decretarem uma trégua na guerra comercial entre EUA e China, a divisa norte americana voltou a se comportar reagindo positivamente nos mercados latino americanos e também brasileiro.
O dólar comercial (interbancário) findou cotado em R$ 3,8400 (-0,47%), ainda acumulando alta de 15,84% no ano e de 18,01% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos caiu a 207 pts ante 221 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros de longo e médio prazos encerraram a sessão regular estáveis, já os de curto prazo terminaram a sessão em baixa moderada. O DI para janeiro de 2020 caiu de 6,99% para 6,94% hoje. O DI para janeiro de 2023 estável em 9,07%. O DI para janeiro de 2025 fechou em 9,58% ante 9,57%.
Para a semana.
No Brasil: Produção industrial de outubro, IGP-DI de novembro e IPCA de novembro.
Nos EUA, Payroll e ADP de novembro, Livro Bege, PMIs da manufatura e serviços.
Na Zona do Euro PIB, PMIs da manufatura e serviços e produção industrial.
Finalmente na China, PMIs da manufatura e serviços (Caixin) e no
Japão PMI da manufatura.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 3ª feira, 02.12.2018, elaborado por RAFAEL REIS, CNPI-P, e RICARDO VIEITES, CNPI, ambos integrantes do BB Investimentos.