Diário do Mercado na 4ª feira, 30.01.2019
Fed mais brando impulsiona mercados
Comentário.
Amplamente aguardada, a manutenção das taxas de juros dos EUA na reunião do Fomc, desta 4ª feira, 30.01.2019, bem como o esperado tom “dovish” do Fed, isto é, mais brando em relação à política monetária, confirmou-se, gerando grande efeito nos mercados ainda abertos.
Após o pronunciamento, às 17h, e posterior discurso do presidente do Fed, as bolsas de NY passaram a registrar máximas, puxando também o Ibovespa, que encerrou praticamente nos 97 mil pts (+1,42%).
O Fed retirou a referência sobre “altas graduais de juros” de comunicados anteriores. Além disso, reiterou que será paciente nos próximos movimentos e que monitorará atentamente a evolução dos indicadores econômicos. Isto posto, a probabilidade de manutenção da taxa durante todo o ano de 2019 se fortaleceu, o que favorecerá os mercados dos países emergentes.
O dólar também acentuou queda majoritária no exterior e domesticamente após a decisão, encerrando, por aqui, cotado em R$ 3,6950 (-0,65%). Na mesma esteira seguiram os juros futuros, mas as quedas das taxas ocorreram apenas no horário estendido.
Ibovespa.
O índice abriu em forte alta, apoiada no avanço expressivo das ações da Vale após a desvalorização de 24% na 2ª feira, em razão do desastre humanitário e ambiental de Brumadinho.
Durante a tarde, o Ibovespa passou a perder força, mas o discurso dovish do Fed puxou nova alta do índice, que encerrou próximo da máxima intradiária. Petrobras, Banco do Brasil e Itaú foram também destaques entre as altas considerando seus pesos no Ibovespa. Na outra ponta, Suzano, Ultrapar e CCR recuaram.
O Ibovespa fechou aos 96.996 pts (+1,42%), acumulando alta de 10,36% no mês e no ano, e de 14,81% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 19,1 bilhões, sendo R$ 18,7 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 28 de janeiro (último dado disponível), houve retirada líquida de capital estrangeiro em R$ 1,7 bilhão, respectivamente, elevando o saldo positivo de janeiro para R$ 1,6 bilhão.
Agenda Econômica.
No Brasil, O IGP-M avançou 0,01% em janeiro, frente ao recuo de 1,08% em dezembro, segundo dados da FGV. Em 12 meses o indicador acumula uma alta de 6,74%, ante 7,54% de dezembro.
Nos EUA, o Fomc manteve os juros norte-americanos entre 2,25% e 2,50%, sinalizando manutenção da política atual.
Câmbio e CDS.
A divisa norte americana chegou a operar em alta próximo do fim do pregão, mas passou marcar mínimas ante o real após o pronunciamento de manutenção da taxa de juros norte americana pelo Fomc. No exterior, a moeda se desvalorizou de maneira generalizada, avançando apenas ante o peso mexicano e outras duas moedas emergentes, em uma cesta com 24 das principais moedas globais.
O dólar comercial (interbancário) encerrou em R$ 3,6950 (-0,65%), acumulando uma queda de -4,65% no mês e uma valorização de 16,19% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos caiu a 170 pontos, ante 172 pontos da última sessão.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular em alta, mais acentuada nos vencimentos intermediários e longos, mesmo que a expectativa fosse de um discurso dovish do Fed em dia de reunião do Fomc. Não obstante, na sessão estendida, o movimento se inverteu.
Ao final da sessão regular, o DI para janeiro de 2020 permaneceu praticamente estável passando de 6,45% para 6,46%. O DI para janeiro de 2021 passou de 7,11% para 7,14%. O DI para janeiro de 2023 subiu 8,25% para 8,33%. O DI para janeiro de 2025 fechou em 8,89% ante 8,79% da véspera.
Para quinta e sexta-feira.
Brasil: PNAD contínua; Dados fiscais; Produção industrial; PMI; Balança comercial mensal.
EUA: Decisão Fomc; PIB; Payroll; entre outros indicadores represados pelo shutdown, caso haja a resolução do mesmo.
Alemanha: PMI.
França: IPC; PMI;
Japão: PMI;
China: PMI.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 30.01.2019, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, integrante do BB Investimentos