Diário do Mercado na 5ª feira, 31.01.2019
Bolsa encerra janeiro com 11% de alta
Comentário.
A sinalização “dovish”, isto é, mais branda do Fed na véspera continuou a favorecer os ativos locais, que seguem cercados de otimismo também com o contexto doméstico.
Havia um porém em relação ao projeto da Reforma da Previdência na visão dos agentes econômicos, se os militares seriam ou não abarcados neste novo movimento. O Governo acenou, então, com a perspectiva de inclusão da categoria no projeto, junto aos civis. Projeta-se, deste modo, uma reforma robusta, o que vem agradando sobremaneira os investidores, haja vista a complicada situação fiscal.
Neste contexto, o Ibovespa encerrou nesta 5ª feira, 31.01, com avanço modesto (+0,41%), sacramentando acentuados ganhos de 11% em janeiro. Dólar e juros seguiram na mesma direção, com firmes recuos, e a divisa norte-americana encerrou cotada em R$ 3,6580 (-1,0%), na menor cotação desde o fim de outubro do ano que passou.
Ibovespa.
O principal índice doméstico abriu o pregão com forte alta, que se acentuou até o meio da tarde, quando o Ibovespa renovou recorde histórico de pontuação intradiária, acima dos 98 mil pts. Mas, a partir daí o índice passou a renunciar boa parte dos ganhos, encerrando com alta moderada.
Banco do Brasil, Bradesco e Itaú lideraram as altas. Dentre os recuos, destaques para Ambev e Vale, que encerraram em suas mínimas.
O Ibovespa fechou aos 97.393 pts (+0,41%), acumulando alta de 10,82% no mês e no ano, e de 14,70% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 19,6 bilhões, sendo R$ 18,9 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 29 de janeiro (último dado disponível), houve retirada líquida de capital estrangeiro em R$ 543 milhões, reduzindo o saldo positivo de janeiro para R$ 1,1 bilhão.
Agenda Econômica.
A taxa de desemprego brasileira registrou 11,6% no trimestre encerrado em dezembro de 2018, atingindo 12,2 milhões de brasileiros, segundo o IBGE. Houve leve recuo de 0,3 p.p. frente ao 3T18 (11,9%). No ano passado, a taxa média de desocupação foi de 12,3% ante 12,7% em 2017. O 4T18 encerrou o ano com apenas 116 mil desempregados a menos que o mesmo período de 2017. Já o número de trabalhadores sem carteira assinada subiu 3,8% no 4T18, comparado com o mesmo trimestre de 2017.
Segundo dados do Banco Central, o setor público consolidado encerrou dezembro com um déficit primário de R$ 41,133 bilhões, acumulando um saldo negativo de R$ 108,25 bilhões, que equivale a 1,57% do PIB. O resultado ficou abaixo da meta deficitária em R$ 161,3 bilhões.
Câmbio e CDS.
A divisa norte americana manteve-se em baixa durante todo o dia, encerrando no nível mais baixo desde outubro de 2018, em reação ao tom mais dovish do FED na véspera.
O dólar comercial (interbancário) encerrou em R$ 3,6580 (-1,00%), acumulando uma queda de -5,60% no mês e uma valorização de 14,63% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos caiu a 166 pontos, ante 170 pontos da última sessão.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular em baixa, sincronizado com o movimento de queda do dólar, bem como pelo bom humor dos agentes econômicos com a economia doméstica.
O DI para janeiro de 2020 encerrou em 6,38% ante 6,46% de ontem. O DI para janeiro de 2021 terminou 7,01% de 7,14% da véspera. O DI para janeiro de 2023 passou de 8,33% para 8,11%. O DI para janeiro de 2025 caiu de 8,92% para 8,64%.
Para sexta-feira.
Brasil: Produção industrial; PMI; Balança comercial mensal.
EUA: PIB; Payroll; entre outros indicadores represados pelo shutdown, caso haja a resolução do mesmo.
Alemanha: PMI.
França: IPC; PMI;
Japão: PMI;
China: PMI.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira 31.01.2018, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, integrante do BB Investimentos.