Defensores de Maduro e Oposição lotam as ruas de Caracas ...
Venceu o Untimatum Europeu ...
Forças Armadas Venezuelanas apoiam Maduro ...
Para Trump, solução militar está na mesa ...
E há motivos de sobra para a prisão de Juan Baidó.
Nicolas Maduro rejeitou neste domingo, 03.02, o ultimato dado pelos governos de Espanha, Reino Unido, Alemanha, França, Holanda e Portugal, para que realize "eleições presidenciais livres", sem o que esses governos passariam a reconhecer Juan Guaidó como presidente interino, o atual presidente da Assembléia Nacional, como já o fizeram antecipadamente os governos dos EUA, Brasil, Argentina e Colombia.
Em seu ultimatum, aqueles países estabeleceram prazo até a meia-noite deste domingo para a aceitação do que foi estabelecido.
Por outro lado, Rússia, China, Turquia, México, Irã e Cuba apoiam o governo Maduro.
O deputado Juan Guaidó comanda a oposição a Maduro, foi eleito presidente da Assembléia Nacional da Venezuela em que ela é majoritária e proclamou-se presidente interino da Venezuela.
O ultimatum transformou-se em arma ofensiva para Guaidó, cuja estratégia é solicitar à UE União Europeia ajuda humanitária e proteção de ativos venezuelanos, algo que Nicolás Maduro avalia como passo inicial para intervenção militar norte-americana em seu país.
No cerco a Maduro, o governo norte americano segue em aproximações sucessivas: embargou nessa semana os recursos financeiros do governo venezuelano e da estatal petroleira PDVSA, a principal fonte de receitas venezuelanos. Antes já havia deflagrado pressões sobre países latino-americanos para que empreendessem incursão militar em território venezuelano para a deposição de Maduro, em especial sobre o governo brasileiro, desde 2018.
No caso específico do Brasil, o governo dos EUA tem empreendido tentativas de sedução militar, fazendo seguidas doações de equipamentos militares "excedentes" e também vendas através do programa FMS, a preços e prazos extremamente favoráveis.
Em dezembro/2018, por exemplo, o governo dos EUA ofereceu às Forças Armadas brasileiras lista de materiais e equipementos militares disponíveis, tais como fragatas do tipo Oliver Hazard Perry, carros de combate M-1 Abrahms, helicopteros dos celebrados modelos Black Hawk e AH-1W Cobra, e os icônicos jeep militares Rannees, além de muitos outros materiais e equipamentos usados, muitas vezes novos, mas em bom estado e 100% operacionais.
Johm "OutLaw" Bolton
Segundo John Bolton, o conselheiro de segurança nacional dos EUA, o governo norte-americano já estaria "mobilizando e transportando ajuda humanitária" para a Venezuela, pretensamente a pedido de Juan Guaidó. Os EUA teriam oferecido US$ 20 milhões em doação de alimentos e remédios.
No caso do Reino Unido, o Banco da Inglaterra recusou-se, em 26.01, a devolver ao governo Maduro 14 toneladas de ouro -- avaliado em US$ 550 milhões -- das reservas internacionais venezuelanas, que seriam movimentadas para outro depositário mais confiável e infenso ao embargo norte-americano, provavelmente à Rússia.
Indisposição para o Diálogo
Maduro lançou convites para o diálogo a Juan Guaidó e a Donald Trump. Guaidó afirmou que não se prestaria a "falsos" diálogos e que os venezuelanos "permanecerão nas ruas até cessar a usurpação" de poder de Maduro. Trump, por sua vez, declarou que Madurou lhe propora uma reunião, mas que ele, Trump, recusara a oferta.
Um fio de possibilidade de diálogo, desde logo acolhido por Maduro, nasceu da movimentação dos governos do México e do Uruguai, que dispõe-se a buscar solução para o impasse por meio de "processo político pacífico". 7 de fevereiro é a data da reunião do grupo em Montevidéu. Antes disso, nesta 2ª feira, 04.02, o Grupo de Lima reune-se em Ottawa, após 11 dos países integrantes terem reconhecido Juan Guaidó como presidente interino, entre eles Brasil, Argentina e Colombia.
O conflito político na Venezuela acontece em meio a uma grave crise econômica, com hiperinflação e escassez de alimentos e medicamentos, o que levou o êxodo de cerca de 2,3 milhões de pessoas desde 2015, segundo a ONU.
A petrolífera PDVSA está inadimplente e sua produção está em queda livre, agora estrangulada por sanções norte-americanas que impedirão a compra de petróleo venezuelano.
Forças Armadas
Quanto aos militares venezuelanos, Maduro conta com o apoio das Forças Armadas, a despeito dos episódios da madrugada de 21.01 em que militares rebelaram-se em Caracas e foram rendidos.
Outro episodio ocorreu nesta semana, em que o general de divisão da aeronáutica, Francisco Yánez, reconheceu Guaidó com presidente, sendo rechaçado pelo alto comando das forças armadas. Não há notícias sobre o paradeiro desse militar.
Quanto a Guaidó, oferece anistia aos militares que aderirem ao "seu governo". Também John Bolton têm estimulado os militares a se rebelarem contra Maduro.
Eleição para a Assembleia Nacional
Maduro, por sua vez, declara sua disposição para determinar nova eleição para a Assembleia Nacional, buscando reverter o quadro hoje majoritário da oposição.