Parlamentar russo comenta declaração dos EUA sobre direito a ataque nuclear preventivo
No fim de janeiro de 2019, foram apresentados no Congresso dos EUA dois projetos de lei sobre a limitação dos poderes do presidente da República quanto a um ataque nuclear preventivo.
O pano de fundo dessas discussões é perfil do ocupante da Casa Branca. Com a chegada de Donald Trump ao poder, vários democratas norte-americanos opinam que é perigoso confiar o controle de armas nucleares a Trump.
O general Joseph Dunford, do Corpo de Fuzileiros dos EUA, participou desses trabalhos no Congresso norte-americano e declarou durante a sua intervenção que a possibilidade de os EUA lançarem um ataque nuclear preventivo torna mais difícil, ao inimigo, a tomada de decisão quanto a atacar os EUA. Por essa razão, segundo o general, os EUA não devem abandonar essa política.
Anton Morozov, parlamentar russo e membro do Comitê de Assuntos Internacionais da Duma de Estado -- o órgão equivalente à Câmara Federal brasileira -- comentou as palavras do general Joseph Dunford, em entrevista à RT. Para Morozov, a declaração de Dunford confirma que a doutrina militar dos EUA inclui uma série de posições agressivas, que permitem o uso de armas nucleares, algo que a doutrina militar russa não inclui.
"A prática mostra que os EUA usam sempre a força, principalmente contra os países fracos, para minimizar os seus próprios riscos ligados à participação de conflitos militares",
afirmou o deputado, acrescentando que a Rússia, sendo um país poderoso, não está em perigo.
Morozov afirmou que Washington procura pôr em ação um conjunto de medidas para mostrar a sua superioridade militar.
"Eles entenderam que a Rússia é um adversário sério do ponto de vista técnico-militar e se esforçarão por aumentar o seu potencial militar para manter o seu domínio e impedir mudanças no balanço de forças no mundo",
concluiu ele.