Diário do Mercado na 3ª feira, 26.03.2019
Ibovespa tem repique interno após quedas e com bom humor externo
Comentário.
Nada como um dia atrás do outro, principalmente, em tempos de volatilidade como agora. O dia foi de repique, com os agentes enxergando um certo exagero após o índice ter tocado em um suporte na véspera, além de ter vindo de cinco sessões negativas consecutivas.
Logicamente que precisa de confirmação altista, pois o índice tem, basicamente flutuado ao redor dos 96 mil pts, entre o intervalo de 93 mil e 100 mil pts, desde o início do ano.
A Petrobras foi a maior contribuição ponderada com rumores sobre a definição da cessão onerosa para breve e com a alta do petróleo no mercado internacional.
O bom humor externo que impulsionou hoje as bolsas de Nova York também ajudaram a contagiar o mercado acionário brasileiro.
No Brasil, neste panorama, o dólar comercial subiu a R$ 3,8670 (+0,29%). Em dia de ajuste após a firme queda da véspera. A curva da estrutura a termo da taxa de juros, mais uma vez, seguiu o movimento do câmbio e sua curva a termo subiu como um todo.
Ibovespa.
O índice principiou ascendente e sofreu pequena correção após a primeira hora de negócios, mas operou em campo positivo ao longo de todo o pregão. Pouco antes do meio dia, entrou novamente em tendência ascendente até seu fechamento. Destaque para as ações da Petrobras (PETR4: R$ 28,63; +4,72% e PETR3: R$ 31,93; +4,18%).
O Ibovespa fechou aos 95.306 pts (+1,76%), acumulando +1,68% na semana, -0,29% no mês, +8,44% no ano e +12,01% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 15,2 bilhões, sendo R$ 14,7 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 25 de março (último dado disponível), houve saída líquida de capital estrangeiro de R$ 349,635 milhões, somando agora R$ 4,043 bilhões em março. Assim, o saldo positivo no ano passou a R$2,948 bilhão.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) abriu oscilante mas firmou-se em alta frente ao real na tarde da tarde, puxada pelo mercado interno que aguarda maiores informações sobre o trâmite da Previdência.
A divisa fechou cotada a R$ 3,8670 (+0,29%), acumulando variações de -0,87% na semana, +3,04% no mês, -0,21% no ano e +16,90% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil cedeu a 174 pts ante 176 pts de ontem.
Juros.
Os juros futuros fecharam a sessão regular elevando sua curva de estrutura a termo. O ajuste se deveu em parte a alguma apreensão sobre a reforma da Previdência e a sinalização da ata do Copom de poder haver manutenção da taxa Selic nos próximos meses.
Agenda Econômica.
O IPCA-15 (prévia da inflação oficial fechada do mês) variou +0,54% em março ante fevereiro (+0,34%), acumulando 4,18% em 12 meses. Trata-se da maior taxa para os meses de março desde 2015 (+1,24%). Em março de 2018, a taxa foi de +0,10%.
O Copom publicou nesta 3ª feira, 26.03, a ata de sua 221ª reunião ocorrida nos dias 19 e 20 de março, na qual ratificou seu entendimento de que deverá acompanhar com “cautela, serenidade e perseverança” a trajetória da inflação em direção à meta, levando em consideração a evolução da atividade econômica, conjuntura internacional, expectativas para a inflação e agenda de reformas. Esse contexto sinaliza ancoragem da taxa de juros no patamar atual, salvo alterações significativas nestes fatores.
Para a semana
Brasil: Confiança do Consumidor/FGV; Dados de crédito; IGP-M/FGV; Taxa de desemprego (PNAD); Resultados primário e nominal do setor público.
EUA: Balança comercial; PIB; Consumo pessoal; Renda e Gastos pessoais; PCE – núcleo; Vendas de casas novas; Índ. Conf. Univ. de Michigan.
França: IPC;
Alemanha: IPC; e
Reino Unido: PIB.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 3ª feira, 26.03.2019, elaborado por HAMILTON ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos